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Maarten Janssen, 2014-

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1826. Carta de José António Ferreira da Cruz Piló, guarda-roupa, para José Pedro Quintela, desembargador.

ResumoO autor, um criado, escreve ao antigo patrão, a quem furtou dinheiro, pedindo o seu auxílio e mostrando-se arrependido.
Autor(es) José António Ferreira da Cruz Piló
Destinatário(s) José Pedro Quintela            
De Portugal, Viseu, Castendo
Para Portugal, Lisboa
Contexto

O preso, José António Ferreira da Cruz Piló, é acusado de ter roubado uma soma avultada de dinheiro do quarto do desembargador José Pedro Quintela, de quem era criado, sendo que, por ser guarda-roupa, era o único empregado que tinha acesso à divisão. O réu envia um conto de réis a Manuel da Costa, de Castendo, assistente em Gondomar, para comprar fazendas e propriedades em seu nome. Manuel da Costa, desconfiando de tal soma na posse do réu, um criado, escreve a José Pedro Quintela, que tenta resolver o caso a bem, fora da justiça, para poupar o criado de trabalhos. No entanto, depois de ver frustradas as suas tentativas nesse sentido, vê-se obrigado a apresentar queixa. O réu é preso na Cadeia de Castendo. É destas tentativas do desembargador, das respostas do réu e das suas combinações com Manuel da Costa que tratam as cartas. Numa carta de resposta a um ofício, o desembargador José Pedro Quintela afirma que não lhe tinha sido devolvida qualquer quantia e reitera a sua convicção sobre a culpa de José Piló, escrevendo que "Pela carta junta que recebi ao tempo da sua prisão se faz evidente que confessava a sua culpa, bem como não se pode duvidar que existem 1.000{#//note[@subcat="context"]}0 réis em poder de Manuel da Costa, que reclamei logo, limitando a minha pretensão a esta soma, por considerar o resto já gasto, ou mal parado". O processo contém passaporte falso do preso.

Suporte meia folha de papel não dobrada, escrita em ambas as faces.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra J, Maço 228, Número 20, Caixa 599, Caderno [2]
Fólios 22r-v
Transcrição José Pedro Ferreira
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização José Pedro Ferreira
Modernização Ana Luísa Costa
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2007

Texto: -


[1]
Illmo Snr
[2]
Cadea de Castendo em 27 de Janeiro e 1826.
[3]
Pela alma do Pay que VSa tanto adorava lhe pesso me queira valer nesta tão grande aflição
[4]
Estou prezo, Senhor, e metido em huma Enxovia, pelas cartas que VSa mandou pa esta terra cujas ahi vao com hum officio para o Intendente
[5]
abatido com tão grande desgraça pelas chagas de Christo imploro a VSa que me queira proteger,
[6]
e se acazo a humanidade ainda resoa no peito de VSa eu espero que queira tirarme este pezo, e attender as Lagrimas de huma desgraçada familia
[7]
VSa he que me pode salvar, e mais ninguem desculpando algum defeito que tenha commettido
[8]
Triste e desgraçado me vejo sem liberdade
[9]
agora Senhor VSa deve ser o meo Deos, e o meo Pay para minha salvação
[10]
Quando escrevi huma Carta a VSa a humildarme e mostrarlhe que de VSa podia esperar o meo soccego, ainda não estava prezo
[11]
Agora esta he datada e escripta em a Enxovia da Cadea desta terra.
[12]
E pelo abatimento em que me vejo nem posso assignar o meo nome
[13]
porem esta letra ha de ser conhecida de VSa
[14]
Aos Ceos apraz e que VSa tenha compaixão do desgraçado Cro de VSa
[15]
Joze Antonio Ferreira da Cruz

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