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Maarten Janssen, 2014-

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1829. Carta de José Rodrigues para Leocádia do Espírito Santo.

ResumoO autor escreve a Leocádia, pedindo-lhe que trate bem a criança de ambos.
Autor(es) José Rodrigues
Destinatário(s) Leocádia do Espírito Santo            
De Portugal, Lisboa
Para Portugal, Lisboa, Aljube
Contexto

Leocádia do Espírito Santo, de 22 anos, vivia em concubinato com José Rodrigues. Estava grávida do seu quarto filho, tendo sido todos os outros entregues na Roda (instituição que acolhia os filhos ilegítimos e indesejados, ali entregues em segredo). Na ausência de José Rodrigues, a mulher introduzia outros indivíduos em sua casa, razão por que lhe foram furtados mais de 20 mil réis. Magoado, o seu companheiro acusou-a. Na prisão, Leocádia foi recebendo várias cartas dele, mencionando segundas oportunidades, mágoa, ameaças, condenação e despedida.

Suporte um quarto de folha de papel escrito nas duas faces
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra L, Maço 1, Número 19, Caixa 2, Caderno [1]
Fólios [10]r-v
Transcrição José Pedro Ferreira
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização José Pedro Ferreira
Modernização Catarina Carvalheiro
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2007

Texto: -


[1]
Senhora LuCadia
[2]
Tenho a distinta onrra de conheÇer o Senhor EsCrebente do Senhor ministro q he o sseu noivo q á de Ser Cuando as galinhas tiveren dentes
[3]
q Sera o modo de Eu me ber Vengado de Vmce i não a de tardar munto Tenpo
[4]
mais Con todas as VengaÇois Senpre lhe quero dizer q Eu de Vmce não quero nada mais i Vmce não Conte Comigo Em tenpo algun porq toda amizade fes odio fes odio desde Savado
[5]
mais tenho huma Coiza q lhe pedir Sen falta i Se não o fizer pode Estar Confessada toda a ora porq a mato Sen falta porque En Cuatro anos q falei Com Vmce
[6]
gastei Sassenta moedas Con Vmce mais tenho ÇinCoenta para librar do Crime porq Eu Sáo Estrangeir i hei de me Librar Se Vmce o não fizer Como Eu lho digo
[7]
fara fabor de por maneira alguma não meltratar a CrianÇa q Vmce trazia Conssigo porq Eu Estou pronpto para lhe dar o mesmo dinheiro q lhe daVa athe o dia dezassete deste més
[8]
mais he athe Vmce deitar a CrianÇa fora de ,
[9]
i o dipois não qro Saber de Vmce
[10]
i Se lhe for PriCizo o dinheiro madeo busCar por alguma pessoa Con o Seu ssinal
[11]
i Se não lhe for preÇizo milhor mais contanto q não quero a CrianÇa maltratada
[12]
i aSen q hela nassa mandea para a Roda e mandemo dizer
[13]
Este a minha obrigaÇão i qro Conprila
[14]
i de Vmce nunCa mais quero Saber q ben castigada a de Sir

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