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Maarten Janssen, 2014-

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[1826]. Carta de Manuel António Alvim de Magalhães, ajudante no Arsenal, para Carlota Augusta de Pinho.

ResumoO autor escreve, apaixonado, à sua amada, lamentando não poder vê-la.
Autor(es) Manuel António Alvim de Magalhães
Destinatário(s) Carlota Augusta de Pinho            
De Portugal, Lisboa, Quartel dos Artífices do Arsenal Imperial e Real
Para Portugal, Lisboa, Rua das Portas da Cruz, n.º 20, 1.º andar
Contexto

Carlota Augusta de Pinho, de 16 anos, vivia na companhia de sua mãe viúva, Ana José; seu pai, Gregório de Pinho, comissário dos navios de guerra, tinha já falecido. O réu Manuel António Alvim de Magalhães ofereceu-se para ceder tecidos do Real Arsenal a Carlota, ficando ele mesmo como seu fiador, e, nesse contexto, passou a entrar em casa da mãe de Carlota. A viúva disse que o admitira persuadida de que o réu não seria capaz de cometer a traição e aleivosia que veio a praticar. Lembrou como o tinha beneficiado, quando ele deu uma grande queda de um cavalo, quebrando um braço. Foi em casa da mãe de Carlota que se curou: a viúva mandou chamar, de noite, um cirurgião e rasgou-se um lençol novo, em tiras, para tratá-lo. Na mesma noite retirou-se, acompanhado de um criado da casa. Seguiram-se as visitas frequentes a casa de Carlota, tendo-a pedido em casamento à mãe. Mas Carlota engravidara, sem a mãe saber. Estando próximo o momento do parto, queixou-se de dores, e a mãe, ignorando o seu estado, fê-la tomar remédios. Consta ainda do processo que Carlota era ameaçada pelo réu com venenos. A noiva faleceu durante o parto, sendo o feto tirado a ferros. Pediu-se condenação, não só pelo crime de estupro de uma menor, como também pela traição e aleivosia, em degredo perpétuo para o Presídio de Angola.

Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra M, Maço 39, Número 4, Caixa 76, Caderno [1]
Fólios 33r
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização Leonor Tavares
Modernização Liliana Romão Teles
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2007

Texto: -


[1]
Menina
[2]
O meu Coração atromentado por muitos mutivos, nada sente nesta ocazião, com maỹor força, que a sua molestia e as suas queixas,
[3]
e muito augmenta a minha dôr, o eu não poder hir ter a consolação de a ver, sem decedir primeiro o q tenho a decidir.
[4]
Sou, e hei de ser sempre seu Afeiçoado
[5]
Mage

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