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1576. Carta de Julião da Costa para Francisca da Costa, sua filha.
Autor(es)
Julião da Costa
Destinatário(s)
Francisca da Costa
Resumo
O autor envia recomendações à sua filha, que vai entrar no mosteiro.
Texto: -
não me f custão tão pouqo vosas lenbransas q vos não tenha
senpre mui prezente na memoria ainda q vos e vosa
may cudeis o contrairo e vos não paresesen mto ben minhas
reprensoes-
mas tenpo vira q vos entendereis q coanto
mais asparo contra vos me mostrava tãoto mor ben
vos queria
e con isto me satisfaso ainda q disto me
ficão qa minhas queixas de vosa mai porq idade e saber
tinha pa entender q ho q eu fazia era tudo po ben vosso
E tornando ao q Asima dizia digo soo vos me custais mto
por me noso sor dar couza con q possa satisfazer ao
voso dezejo
mas tudo tomo de sua mão e confio nelle
q vos dara sizo pa ben entenderdes as couzas de seu sviso
encomendovos pa minha aobidiensia q deveis a vosa mai a quẽ
tendes custado tãoto como vos sabeis e q p nenhũ cazo lhe saiẽs
da võtade deixando en tudo A vosa porq fazendo o vos asin
A mĩ fareis mto A võtade-
e asĩ vos peso q sejais mto amiga
de noso sor e vos encomendeis mtas vezes a elle e todas vosas
couzas ponhães en sua mao pa q elle as ordene como for seu
svisso-
A mesma obidiensia vos pesso q tenhaes A sra dona ma
Eu fa por mtas razoes dezejei senpre q servíseis A ds por
do mundo entender ser esta a vida mais segura asin pa
A sallvasão da allma q ho prinsipall como pa A vida tenporall
lenbrandome q na outra vida ten as ben aventuradas -
gloria eterna e q A de durar pa senpre e q os gostos
da vida coando os a durão mto pouqo e cabãose logo
senão
vede os gostos e contẽtamtos en q vive vosa mai e pois
tendes o espelho tão pto não sera nesesario reprezẽtar vos
outro-
e pa remate do q digo levaria eu mto gosto
q quizeseis ser freira no mostro en q vosa mai
ordenar porq esta e a sua võtade
e de vos entendi eu
senpre q tinheis A mesma como me la dizieis-
e isto
se ho dinhro da mina e vindo com o ql se vos pode- fazer
o gasto
e coanto ao q depois de estar no mostro aveis mister sabey q
se ds me da vida q A todas farei a vãtajen e q vos não
falltara couza das q vos quizerdes-
espero q me respondais
A esta ficando ja no mostro no q fiqo tão confiado q ,
o tenho por fto-
encomendovos vosos irmãos q os insinis pois
tendes idade e sois mais velha-
mãodarme fa mtas novas
de vosa mai e de sua vida e como A passa,
e pidilhe de
minha parte q não leve ma vida nen vos lho com
sintães
A sra margarida d allmada beijai as maos por
mĩ e a sra izabell de teves e a sra sua fa e as mais
sras A q devo de ho fazer-
mãodaime dizer o q de qua quereis porq tudo vos mãodarei
con mto gosto e iso con mtas novas de vosa mai e de vos
e vosos irmãos
me escreva todos os annos-
não vos
mãodo agora nada porq não tenho ainda pesas
mas pa o ano q vem con a ajuda de ds volas mãodarei
noso sor vos tenha de sua mão e vos v fasa hũa
mto grande serva sua en A quen vos encomendo
e en sua bensão e depois A minha q vos cubra
de vertudes
A sra Ca careira beijai por mĩ mtas vezes as mãos ho
mesmo fa fazei A sra vosa tia , e a sra izabell de teves
e sra ma d allmada e as mais sras- A quen devo con
quen cunprireis por mỹ, e a minha tia , e a ca
do carvalhal minha comadre-
ho caixão en q vão as encomendas vos mãodo com mães
nove abanos q vão dentro pa partirdes con as outras
fras
de lla me escrevereis ho que querẽis de brĩqos q vos
vão pa o mostro
hũ delles e pa A molher de martĩ ao
de voso pai
Jullião da costa
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