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Maarten Janssen, 2014-

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[1824]. Carta de Cândido de Almeida Sandoval, publicista, dirigida a um juiz não identificado.

Autor(es) Cândido de Almeida Sandoval      
Destinatário(s) Anónimo12      
In English

Petition letter from Cândido de Almeida Sandoval, a publicist in prison, to non identified addressee, probably the judge of his case.

The author points out all the injustices practiced on him and asks the addressee to apply to his case the king's pardon that was already given to many other prisoners in comparable conditions.

The General Superintendant of the Portuguese Police was alerted by an anonymous tip that in the jail of Limoeiro, in Lisbon, several prisoners were preparing a conspiracy against the absolutist government, which included the assassination of some of its ministers. The case was investigated and the resulting proceedings are very confusing, full of mutual denunciations and accusations, typical of the political uncertainty that characterized the fall of the 'Vintismo' (the liberal period) in 1823 and the approval of the Constitutional Chart in 1826. One of the suspects was Cândido de Almeida Sandoval, a publicist that was both the target and the source of several accusations.

If there is no translation for the letter itself, you may copy the text (while using the view 'Standardization') and paste it to an automatic translator of your choice.

Texto: -


[1]
Illmo Sr
[2]
Se as prisões são destinadas pa corregir os vicios e castigar os crimes, eu decerto não deveria permanecer em ferros, por mais tempo do que o percizo necessario pa a instrucção judicial da cauza que se me formou.
[3]
Porem Illmo Sr não succedeo assim sendo eu preso em consequencia de uma perfida denuncia dada contra mim pelo mais infame de todos os delatores falsarios, q projectarão fundar sua felicidade sóbre minha ruina e tratou de perder-me.
[4]
Fui interrogado, e respondendo com a verdade q sempre me caracterisou em todas as accões de minha vida politica, a mesma verdade triumfando do mau e implacavel inimigo, obrigar conduzio o Ministro que me interrogou a mudar de opinião
[5]
qto as enórmes accusações que sobre mim passao se resumem e declaram no processo , as seguintes expressões que textualmte transcrevo de novo: «O proguntado (Sandoval), dis dis Menistro: não se prova q haja conspirado contra o Estado etc
[6]
veja-se a conclusão das porguntas, e minhas respostas nos autos.
[7]
Formou-se-me cauzas; produzio deffeza; e não obstante serem tão cláras como os raios do sol, as próvas, que appresentei, inda hoje me acho preso;
[8]
meu filho igualmte em ferros, e minha infelis Mulher, participando de nossa miseria comum.
[9]
Recordareis aqui os serviços que n'outro tempo era de a Patria a á cauza da Realeza, pelos escritos que então publiquei;
[10]
reunir o mayor numero de provas; o poder com estas, anular e destruir todas as calumniosas imputações, que meu implacavel detractor a mim fas, em sua monstruosa denuncia.
[11]
acusou-me aquelle malvado de tramar contra o Estado;
[12]
exigi provas, exigi testemunhas, de umas e de outras
[13]
nem uma produzio.
[14]
Acusame o vil dennunciante de ser eu o author do manuscrito que elle appreséntou;
[15]
exigi próvas ou testemunhas
[16]
nem uma d'estas elle produzio.
[17]
Reppresenta-me o dennunciante em juizo, como homem que buscava reunir conçocios pa meus fins particulares:
[18]
dennuncia algumas outras pessoas q forão igualmte prezas; mas resulta da mais instrucção o intimo convencimto da falsidade do accusador,
[19]
os accuzados forão declarados innucentes e porttanto imediatamte postos em liberdade.
[20]
Illmo Sr não seria injusto q depois de um castigo, que insulta a Lei, por isso que faltão todas as circunstancias por elle presentes; nenhuns indicios, testemunha, nem uma eu soffresse uma prisão mais prolongada, havendo dado antereormte tantas e tão reppetidas próvas de Patriotismo, e adhesão ao Soberano q nos Rége?
[21]
Assim Illmo Senhor, minha sorte achando-se pendente das rectas decisões de VaSa espero que VaSa se servirá tomando em consideração, não qto deixo esposto, como tãobem as Regias e benignas intenções do Monarca, q por sua incomparavel clemencia se dignou perdoar a alguns Réos cujos crimes politicos erão tanto mais aggravantes, por isso que se achavão provados:
[22]
pois dis o Aviso junto: " Foi S M servido resolver, que, os Réos que além de suas opiniões politicas pronomciarão comicios contra a Familia Real lhes possa appresentar o Indulto concedido pelo Decreto 77.º
[23]
Meu atroz denunciante, verdade é, não me acusou, de haver pronunciado esses comicios; mas sim de havellos escrito, o que é o mesmo no espirito da Lei:
[24]
mas ao contrario provada q seja a falcidade da denuncia e por consequencia reconhecido o dólo e malicia do denunciante; não deverião gozar , do mesmo Indulto de que gozaria se culpado .
[25]
Entrego a Judiciosa decisão de VaSa estas naturezas consequencias que , a razão demonstra e equidade ( qualidade das Almas rectas) indica em favor dos desgraçados;
[26]
bem persuadido q VaSa se dignará indagar escrupolosamte minha cauza pa me permittir gozar dos Regios beneficios que nosso Augusto Monarca concede a esta Nação de Portugueses, que S M ordena sejão postos em liberdade rendidos a si mesmos, e a seus deveres.
[27]
Portanto, se esses crimes politicos de q sou accusado se me houvessem provado, ja estaria perdoado pelo Indulto de S M e seria posso em liberdade;
[28]
mas

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