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Maarten Janssen, 2014-

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1723. Carta de Manuel de Magalhães de Mendonça, padre, para Luís Pinto de Mendonça Barbosa, abade e comissário do Santo Ofício.

Autor(es)

Manuel de Magalhães de Mendonça      

Destinatário(s)

Luís de Mendonça Barbosa                        

Resumo

O autor denuncia ao destinatário uma mulher de nome Grácia por suspeita de feitiçaria.

Texto: -


[1]
Sr Sub silentio cege
[2]
Meu Sor Abbe Luis Pto de mca Barza com-missro do Sto offo,
[3]
como tempos tive escrupolo, et de pzte ainda o tenho e pa o acabar de tirar, he q lhe dou a vmce pte em q nesta frga de Meynedo esta hũa mossa chamada gratia, no lugar da diveza, a coal veio de fora pa esta da frga annos,
[4]
et desta tal tive algũz inditios, e notas em q nesta gratia soltra ouvi di-zer q falava nella espiritu, do q não dou creditu;
[5]
quia spiritus qui va-dens non rediens,
[6]
e asim q desta tal gratia en tempos e annos preteritus disera q estava tizouro no outei-ro da sanguinha nesta frga,
[7]
e pa se achar se avia desencantar o tal outro pa o q veio sacerdote da frga de valpedre com libro q dezia era aprovado e q tãobem tinha Lça do Prelado,
[8]
e foi con sobrepeliz, e estola e crux e agoa venta, e lumes, con o do Lo pa o tal outeyro,
[9]
e q mandara a dita gratia, q ca-vasem no do outro,
[10]
e cavarão algũz homes,
[11]
e q logo derão em hũa lage, e não forão mais por diante,
[12]
e me diserão q não acharão nada;
[13]
mas antes se rira mto a dita A dita gratia,
[14]
e mais notas tive q vinhão mtas pessoas a buscar esta gratia pa fazer curas,
[15]
q ella hia com quẽ a vinha buscar
[16]
e lhe trazião Besta, e lhe pagavão mto bem;
[17]
et tãobem me dise-rão q sertas pas lhe vierão perguntar cazo, e q pa ella o dizer chamara pello espiritu pa dizer o q lhe perguntavão,
[18]
e hũz vezinhos lhe ouvirão dizer q lhe dera mta pena o tal spiritu q vinha de ,
[19]
e se admirarão os tais vezinhos do q lhe perguntara
[20]
e do dito outeiro se não fes mais deliga algũa perq hera em terra do Rdo do Porto,
[21]
e me disera q elle queria vir rezultava, e como elle entender q hera sro do Stto offo.
[22]
E tãobem vi estar esta da gracia na mesma ocazião a dar com a cavessa em cavesal de hũa cama deitada em hũa camareta q era do Arcdo do Porto ja defunto João Lopes Bapta da , e q me diserão q qdo dava a cavesa q chamava pello spiritu,
[23]
e me venzi e admirei.
[24]
Et eu ja por duas ocaziois dei pte vocalmte desta da gratia a commissro do S offo e lhe dise se emformase no lugar adonde ella morava a da gratia da sua vida e costumes
[25]
e lhe dise me parecia ser hũa comedeira,
[26]
e lhe dise mais nada;
[27]
e perq este dito Commissro he morto de anno e a da graçia assiste ainda nesta da frga e he abunte de Abundante de dros e vai pa donde a vem buscar e o do commissro ja defunto com o coal tinha falado me dice em hũa oca-zião lhe dese per escripto, mas como elle morreo não ouve tempo pa iso
[28]
e agora dou esta pte a vmce pa q fasca o q manda a sancta inquicissão,
[29]
e me hei por desobrigado e desencaregado
[30]
e tãobem digo q não se he feiticeira ou se tem algũ pa-tto.
[31]
Meynedo 15 de 7bro de 1723 a. Subdito humilde e leal a Sta inquicissão, e a Vmce O Pe Manoel de Mages de Mça

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