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Maarten Janssen, 2014-

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1808. Carta de Fortunato José Barreiros, militar, para Joaquim Pulquério do Couto, seu tenente.

ResumoO autor compromete-se a testemunhar em defesa do destinatário.
Autor(es) Fortunato José Barreiros
Destinatário(s) Joaquim Pulquério do Couto            
De Portugal, Elvas
Para S.l.
Contexto

O réu deste processo foi Joaquim Pulquério do Couto, acusado de colaboracionismo com os franceses aquando das invasões. O réu foi intérprete do Coronel d'Aboville, por saber falar muito bem a língua francesa. Alegou em sua defesa que se sentira até constrangido por ter tido de desempenhar aquele papel de intermediário. Quem o acusou foi o Coronel de Artilharia Vicente António, mas os companheiros do réu apresentaram um abaixo-assinado em sua defesa.

Suporte meia folha de papel dobrada escrita nas duas primeiras faces.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra J, Maço 21, Número 9, Caixa 62, Caderno 1
Fólios 55r-v
Transcrição Ana Rita Guilherme
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização Ana Rita Guilherme
Modernização Catarina Carvalheiro
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2007

Texto: -


[1]
Snr Joaqm Pulquerio do Couto
[2]
Recebi a sua carta de 28 do corrente; e nella a certeza de q passa bem, felicidade que estimarei lhe continue.
[3]
Nada me ademira que o nosso Corel queira perseguir a Vmce visto que o seu caracter sempre tem sido o de disgrassar os seus subditos, e principalmente aquelles em quem conhesse alguma agelidade, e capacidade para lhe conhecerem, e analizarem os seus procedimentos, todos tendentes a peci-mas, e terriveis consequencias:
[4]
fassa Vmce toda a deligencia por se evitar de lhe cahir debaixo, pois eu ousso dizer a todos q elle faz as deligencias de o perder.
[5]
Em quanto a atestação que Vmce me pede (sendolhe preciza) sobre eu dizer que no tempo em que Vmce aqui esteve com o Coronel d Aboville nunca exce-dêo as funçoens de seu interpetre, e que nunca fez mal a pes-soa alguma, e que mesmo nos principios do mez d Agosto em que o General Loisson aqui veio com a sua Devizão Vmce acompanhara ainda o ditto Coronel, estou prompto.
[6]
logo que receba a o seu avizo; pois q não obstante estar eu capacitado, de que foi Vmce a origem da intriga de Vicente com-migo, tantos tempos, pode ser por lhe fazer a vontade
[7]
comtudo estou prompto para dizer a verdade do que assima se trata, por tudo ter succedido assim.
[8]
He verdade que a minha Patente está prompta, chegou, e eu sentei praça em 21;
[9]
porem os Offes seguindo os detames de seu Mestre, fizerãome o que a seu tempo eu farei publico em Portugal, assim como os mo-tivos que os obrigou a hum tal exccesso.
[10]
Vmce me fala sobre estar na horta de S Paulo, e em que falou ahi á familia do Franco;
[11]
porem não sei, o a que vem isto, nem o para que me fala sobre as tropas Francezas que ahi abarracarão,
[12]
e pois que ignoro o motivo, Vmce mo esplicará sendo precizo fazer eu menção d alguma coiza, que ahi succedesse, ou nos outros lugares em que os Francezes ficarão fora d Elvas,
[13]
sendo verdade estou pto
[14]
Dezejo ter occazioens de obezequiar.
[15]
Ds Ge a Vmce ms as
[16]
Elvas 4 de Dezembro de 1808
[17]
Seu mto Venerador e Criado Fortunato Joze Barreiros

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