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1789. Carta de António Borges para os seus pais, Jacinto Borges e Ana Joaquina

ResumoO autor dá notícias aos pais, dizendo que se encontra bem de saúde e com muitas saudades da família.
Autor(es) António Borges
Destinatário(s) Jacinto Borges       Ana Joaquina      
De África, Cabo da Boa Esperança
Para Portugal, Lisboa
Contexto

Este processo diz respeito a Páscoa Maria, vendedeira, natural da freguesia de Santo Estêvão de Alfama e moradora na freguesia da Pena, em Lisboa, filha de Francisco Igreja e de Maria Francisca, acusada de bigamia. A ré casara a 21 de março de 1770 com Simão Jorge, soldado, filho de Tomé Jorge e de Isidora Maria, na paróquia de São Julião de Lisboa, pela manhã, tendo como testemunhas José da Costa, soldado de galé d'el-Rei, e Valério José Freire, tesoureiro da Igreja. Depois, a 30 de março de 1789, casou na paróquia de Nossa Senhora da Pena com José Cardoso Pacheco "ilhéu", conhecido por "Ratada", solteiro, filho legítimo de António Cardoso Pacheco e de Maria de Jesus, natural da freguesia de São Sebastião, ilha Terceira, bispado de Angra, tendo por testemunhas Valentim Lopes Pereira, que vivia de sua agência, e Francisco Pedro de Carvalho e Costa, escrivão do crime do Bairro de Andaluz, ambos moradores no Campo de Santa Ana.

Páscoa Maria foi presa a 23 de julho de 1789, dia em que fora denunciada por Inês Maria dos Prazeres, casada com Ricardo Luís dos Prazeres (oficial de pedreiro), perante o inquisidor António Veríssimo de Larres. A denunciante declarou que Páscoa Maria, ainda casada com Simão Jorge, que se achava ausente em Angola, se tinha casado novamente, recebendo-se como viúva, por o seu marido ter morrido no Hospital de Moçambique. Declarou ainda que soubera da notícia por uma mulher chamada Ana Joaquina, "a Castelhana", mulher de Jacinto Borges e mãe de António Borges, a viver em Moçambique, que tinha recebido carta do filho, na qual dizia que tinha visto o dito marido de Páscoa Maria, e que aquela lha havia entregado. Contudo, fora o marido daquela, Jacinto Borges, quem entregara a carta à Inquisição, a qual provaria que o primeiro marido de Páscoa Maria estava vivo. Sabendo desta notícia, Páscoa Maria disse não ser possível que o seu marido estivesse vivo e que tinha dado a sua justificação na câmara, como investigara o comissário Varíssimo Manuel de Azevedo Serra. No mesmo dia, testemunhou também Maria dos Anjos, casada com José de Abreu, carreiro das Águas Livres, moradora no Largo do Rato, e irmã de Simão Jorge.

Segundo parece, pela impossibilidade de encontrar pessoas que pudessem conhecer ou saber notícias do primeiro marido da ré, Simão Jorge, o caso foi arquivado.

Suporte meia folha de papel de carta escrita no rosto.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 1848, 1º caderno
Fólios 6r
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Catarina Carvalheiro
Contextualização Leonor Tavares
Modernização Raïssa Gillier
Data da transcrição2015



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