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Maarten Janssen, 2014-
Resumo | O autor queixa-se ao destinatário dos seus infortúnios e revela-lhe a intenção de fugir do Brasil para Portugal. |
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Autor(es) | Ivo Pinheiro |
Destinatário(s) | Manuel Domingues Leal |
De | América, Brasil |
Para | Portugal, Lisboa |
Contexto | Processo relativo a Ivo Pinheiro, cristão-velho de 39 anos de idade, carpinteiro de navios, filho de Manuel Pinheiro e de Isabel João, natural de Sapataria (Lisboa) e morador em São Salvador do Rio de Janeiro (Brasil). Foi acusado de bigamia por se ter casado uma primeira vez com Madalena Rodrigues, filha de António Lourenço (pescador) e de Margarida Rodrigues, e uma segunda vez com Luzia Rosa, filha de Manuel da Fonseca do Amaral (lavrador) e de Marcela Alvarenga, estando ainda viva a primeira mulher, com quem estava casado havia 16 anos (fazendo vida marital por sete anos) e de quem tinha dois filhos (Sebastião e Maria). O réu disse ter casado com Luzia Rosa porque um primo da mesma os surpreendeu em «amizades ilícitas» em lugar e hora suspeita. Em consequência, os familiares de Luzia Rosa ameaçaram-no de morte se com ela não se casasse. A noiva levou um dote de 150 mil réis e o réu fugiu com o dinheiro para a cidade do Espírito Santo após saber que era procurado. Ao ser apanhado, confessou o crime e repôs o dote. No seu depoimento, Ivo Pinheiro disse ter mudado de nome por ter uma dívida por saldar no Brasil e ter medo dos seus credores. Segundo o réu, teria ido para o Brasil levando consigo uns escravos para vender, escravos esses que tinha comprado com o dinheiro de um empréstimo que fizera no Brasil. Como alguns dos escravos morreram pelo caminho, ficou sem ter como pagar a dívida. Fugiu para São Salvador, onde esperava não ser achado devido à mudança de nome. Disse também que pensou que a sua primeira mulher tivesse morrido porque esta vivia «achacada» e tinha-lhe escrito uma carta em que se dizia gravemente doente. A carta escrita pelo réu a Manuel Domingues Leal (PSCR0556) foi entregue pelo destinatário à Inquisição para confirmar o seu juramento. O réu foi remetido preso na galera de António Luís Branco de volta para Lisboa e, em auto-da-fé de 16 de junho de 1720, foi condenado a abjuração de leve, a ser açoitado publicamente pelas ruas de Lisboa "citra sanguinis effusionem", a degredo para as galés por cinco anos, penitências espirituais e pagamento de custas. A carta que escreveu na prisão (PSCR0555) não tem qualquer menção em todo o processo. |
Suporte | uma folha de papel dobrada, escrita nas duas primeiras faces. |
Arquivo | Arquivo Nacional da Torre do Tombo |
Repository | Tribunal do Santo Ofício |
Fundo | Inquisição de Lisboa |
Cota arquivística | Processo 8204 |
Fólios | 13r-v |
Online Facsimile | http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2308310 |
Socio-Historical Keywords | Raïssa Gillier |
Transcrição | Leonor Tavares |
Revisão principal | Raïssa Gillier |
Contextualização | Leonor Tavares |
Modernização | Raïssa Gillier |
Anotação POS | Raïssa Gillier |
Data da transcrição | 2015 |
Texto: -
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