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Maarten Janssen, 2014-

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1656. Carta de João Luís para [Gonçalo Ferreira], abade.

ResumoO autor adverte o destinatário e esclarece as condições em que realizou certas diligências, em cumprimento do que fora previamente comunicado e acordado.
Autor(es) João Luís
Destinatário(s) Gonçalo Ferreira            
De Portugal, Moncorvo, Lombo
Para [Moncorvo, Chacim]
Contexto

A presente carta, anexada no final do processo, integra-se numa causa em que foi constituído réu Francisco Álvares, de alcunha "o Barrabás", homem de 21 anos, sem ofício, natural e residente no Vimioso, pelo facto de impedir o reto ministério do Santo Ofício. Efetivamente, comprovou-se que ajudara a passar para Castela vários cristãos-novos, acabando por ser preso em 1654 e solto no ano seguinte, obrigado ao pagamento das devidas custas e condenado ao degredo em Castro Marim pelo tempo de dois anos. No ato da prisão, encontrou-se em seu poder uma espada, uma adaga e uma pistola. Os manuscritos anexados, muito embora posteriores à própria sentença e auto da fé, reportam-se à questão do depósito das armas, consistindo no seguinte: uma justificação dos procedimentos realizados por parte de quem prendeu o réu, uma declaração do próprio réu (1655) e ainda um recibo do cunhado deste, reconhecido pelo abade de Chacim, onde atesta, em setembro de 1655, ter sido depositário daqueles bens. No seu todo, ilustram a qualidade das diligências feitas em prol do exercício da justiça inquisitorial, não livres de certos percalços e incongruências.

Suporte uma folha de papel de carta escrita no rosto .
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Coimbra
Cota arquivística Processo 5929
Fólios 73r
Online Facsimile http://www....
Transcrição Ana Leitão
Contextualização Ana Leitão
Modernização Clara Pinto
Data da transcrição2015

Texto: -


[1]
Snor Abbe
[2]
A vinte e sete dias do mes de marco proximo pasado, me foi dado escrito de Vm, que foi feito a vinte e oito de cjaneiro, deste corente ano e nele acho que Vm pasa com boa saude, suposto que imfadado com seus negocios de que me pesa muito.
[3]
Vm me dis no seu escrito que deposite essas armas do barrabas na mão do padre Dos Pra,
[4]
e não deve Vm estatar lembrado , que me escreveo Vm escrito que as emtregase ao cunhado do barrabas, que mora em chacim,
[5]
e essas entregeiei ao barrabas em casa do mesmo cunhado e lhas entreguei por ser elle o portador do escrito de Vm que tenho goardado na minha bolsa
[6]
e alem disto deve Vm estar lembrado que no dia da comfraria geral de Valsaman em casa do Rdo Abbe de chacim dei comta a Vm em como as tinha emtregues ao mesmo dono e Vm me dise que fizera bem em lhas emtregar
[7]
não tenho paga dele mas deilh as armas diante de muitas testemunhas e se for nesario paga a todo tenpo ma dara,
[8]
- e porque não sirvo de mais gde Des a Vm
[9]
Lombo e abril 5 de 656 anos João Luis
[10]
Este escrito mandei a Vm por almocreve, de chacim e tornou o a trazer dandomoe por escusa que lhe esquecera de o entregar a Vm
[11]
agora que se ofrece este portador o mando

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