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Maarten Janssen, 2014-

Visualização das frases

[1670-1680]. Carta de Mateus Nunes de Siqueira, padre, para o sobrinho Matias Rodrigues da Silva.

ResumoO autor recorda o destino de certo património e esclarece não ser devedor de nada.
Autor(es) Mateus Nunes de Siqueira
Destinatário(s) Matias Rodrigues da Silva            
De [América, Brasil, São Paulo]
Para [América, Brasil, São Paulo]
Contexto

Matias Rodrigues da Silva fora notificado a mando do padre André Barvel, administrador dos bens da capela do Bom Jesus e dos bens deixados por morte do padre Mateus Nunes de Siqueira – "o Calção de Couro" - , a fim de restituir no juízo eclesiástico de São Paulo "uma negra com duas crias pertencentes à capela do Bom Jesus", assim como uma cruz de tambaça, que ele levara conforme referido no codicilo do defunto.

Em sua defesa, Matias, sobrinho por afinidade daquele famoso padre bandeirante, alegou que a negra e as crias lhe haviam sido dadas por ele como dote de casamento - mais precisamente como pagamento de quatro peças que o padre lhe prometera dar em dote, conforme constava no rol do defunto, assim como na sentença do ouvidor da vara. Quanto à cruz, fizera o defunto mercê de fazer doação gratuita e em vida à sua sobrinha, Catarina d’Orta, mulher de Matias.

As cartas foram incorporadas nos autos de contas, uma das quais com reconhecimento da letra pelo tabelião do público judicial e notas da vila de São Paulo. Acompanha estes escritos um rol dos bens que o padre Mateus Nunes de Siqueira legou à sua sobrinha.

Cumpre salientar que o padre Mateus Nunes de Siqueira é ainda hoje recordado pela sua atividade sertanista e missionária, tendo liderado algumas bandeiras que percorreram nomeadamente o sertão de Minas Gerais em meados do século XVII. Supõe-se ter sido o fundador da povoação de Atibaia, onde procedera à fixação de um aldeamento de ameríndios Guarulhos, também designados Guaramomi ou Maramomi. Discute-se qual seria a filiação étnica e linguística destes habitantes do Planalto Paulista desde o período pré-Cabralino, colocando-se a possibilidade de pertencerem à matriz Jê.

Suporte uma folha escrita no rosto.
Arquivo Arquivo da Cúria Metropolitana
Repository Testamentos
Fundo São Paulo
Cota arquivística PGA - 077
Fólios 11r-v
Socio-Historical Keywords Ana Leitão
Transcrição Ana Leitão
Revisão principal Raïssa Gillier
Contextualização Ana Leitão
Modernização Raïssa Gillier
Data da transcrição2016

Texto: -


[1]
meu cunhado digao minha pedio me huã bãrreta de outro de trinta oitavas
[2]
ca me deo
[3]
minha irmãa me mandou porqtto q pesava sinco arrobas E nada mais
[4]
o defuncto me mandou rapas despois q eu Vim do Reino,
[5]
e fora sincoenta pataquas q dei a dom simão e a mel da cunha e a dos machado, por Botarẽ a parte do defuncto, lhe devo hua asrelha
[6]
e não digo mais
[7]
siqra
[8]
nicolao negro foul sapateiro. contra rafael d olivra q o enteressava
[9]
minha Comadre sabe de tudo.

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