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Maarten Janssen, 2014-
Resumo | A autora dirige-se ao destinatário pedindo-lhe que deponha na mesa do Santo Ofício em seu nome. |
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Autor(es) | Branca Maria |
Destinatário(s) | António de Guizenrode |
De | Portugal, Lisboa |
Para | Portugal, Lisboa, Colégio de Santo Antão |
Contexto | A ré deste processo é Lourença Coutinho, mulher viúva de 40 anos, natural do Rio de Janeiro e moradora em Lisboa, presa por judaísmo pela Inquisição em 1710, e mais duas vezes, em 1726 e 1737, por relapsia. Este processo diz respeito à sua segunda prisão, entre 1726 e 1729, e contém um apenso com uma carta enviada à mesa da Inquisição por António de Guizenrode, religioso da Companhia de Jesus, que se apresentou nos Estaus a 24 de maio de 1729. De acordo com o testemunho do jesuíta, no ano anterior, estando ele a confessar na igreja do Colégio de Santo Antão, em Lisboa, apareceu uma mulher chamada Branca Maria que lhe confessou que, quando estivera presa nos cárceres da Inquisição, depusera falsamente contra a sua mãe, tias e tios. Branca Maria era sobrinha de Lourença Coutinho pelo lado da mãe, D. Maria Coutinho, e tinha sido presa no mesmo ano que ela, juntamente com uma irmã. A sua mãe e pai também já tinham estado presos, uma década antes, assim como um grande número de membros da sua família. Branca Maria foi mandada para o tormento em maio de 1728, pois os inquisidores consideravam que ela ainda não tinha denunciado todas as pessoas que sabia terem práticas cripto-judaicas. Durante a sessão, acabou por acusar vários membros da sua família, entre os quais se encontrava a tia, Lourença Coutinho, ré deste processo. Após o tormento, os inquisidores consideraram que Branca Maria fizera confissão suficiente e ela foi solta a 3 de agosto desse ano. Agora que tinha sido libertada, queria que António de Guizenrode a aconselhasse sobre o que fazer em relação aos testemunhos falsos, ao que o padre respondeu que ela se devia apresentar na mesa do Santo Ofício, para se desdizer. Branca Maria, todavia, não se atrevia a fazê-lo, mas deu licença ao padre para que este se apresentasse no seu lugar. Ficou então combinado que ela lhe enviaria uma carta quando fosse a altura certa, pois ia estar fora. Passou cerca de um mês até António de Guizenrode voltar a ter novas de Branca Maria, sob a forma da carta aqui transcrita. Todavia, distraído com outras ocupações, e sem mais notícias, o padre apenas entregou a carta à Inquisição em maio de 1729, quando por acaso reparou nela e se lembrou do sucedido. Branca Maria foi mandada chamar à mesa, mas descobriu-se que fugira para Inglaterra. Lourença Coutinho foi libertada pouco tempo depois, em outubro de 1729. |
Suporte | uma folha de papel escrita em ambas as faces, a última com sobrescrito. |
Arquivo | Arquivo Nacional da Torre do Tombo |
Repository | Tribunal do Santo Ofício |
Fundo | Inquisição de Lisboa |
Cota arquivística | Processo 3458-1 |
Fólios | 259r |
Online Facsimile | http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2303414 |
Transcrição | Maria Teresa Oliveira |
Contextualização | Maria Teresa Oliveira |
Modernização | Clara Pinto |
Data da transcrição | 2016 |
Texto: -
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