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Maarten Janssen, 2014-

Visualização das frases

1567. Carta de Francisco Dias Mendes para Diogo Mendes Peixoto, seu sobrinho.

Autor(es)

Francisco Dias Mendes      

Destinatário(s)

Diogo Mendes Peixoto                        

Resumo

O autor queixa-se do comportamento de Heitor Mendes, seu filho.

Texto: -


[1]
sor sobrinho
[2]
mynha molher me deu cõta das merces he boas obras q depois q sahi desa cidade Recebeu de vm e da sora brytiz lopez
[3]
noso sor prymyta lhe dar muyta paz e saude e filhos de bemcão pa fazerẽ seu sãto servico e aos q lhe bem querẽ e me chege a tempo pa servir estas as mais q devo a vm e a sora brytiz llopez
[4]
quanto a deferenca do sor voso pay vm ao tpo q chegey a esta villa me diserã a sra vosa avoo e tios se maravylhavão muito de mÿ p o não comcertar e eu lhe dise q sabia deso
[5]
não o quyserão crer de modo q so estava nesta villa tão pubryco e notorio como esta cidade
[6]
e eu sẽ cullpa pq bem sabe vm quanto trabalhos
[7]
pois como citar ds sabe por quem ficou e pdoa quẽ tever a cullpa pq eu não pode mais
[8]
espero ds se fora tudo bem pa se fazer seu santo servico
[9]
o sor seu pay meu Irmão me espeveu dizendo q mynha molher tomara o moço a eytor mẽdiz tẽdo lho asoldadado desd o mes de Janro e outras cousas queyxando se dello dizendo q a sua partida bradara elle e o Imjuryara
[10]
eu lhe respondi o q me pareceu e pasava na vdade e como tenho a vm na vomtade como filho e he Rezão p lho devermos eu e minha molher lhe darey conta do q passa pa saber como tudo he pelo comtrario do q diz meu filho pq seu fundamto foy v se podia herdar toda minha fazda vida he fimgir q se qria ir p ese mũdo
[11]
e fez cartas pa vm e outras pas q dizia ãtre outras cousas q no vall de Josafa se acharião he q não avia de ir a lxa pois o casaram
[12]
elle esta pesemte e q lhe avia de dar o q perdia e isto a fim q eu ficaria menos cabado de minha homra e pallavra do q tinha asẽtado o sor meu irmã olhãdo elle a merce q lhe ds niso fez tudo a fim de me llevar minha fazda pa sy p qlqr modo q podese
[13]
p o tirar daqelle preposito he cõtumacia asẽtamos lhe ẽprestase o moco pa mãdar a bizcaia como mãdou Recadar a ẽprega q la tinha fco he não pa o tirar de mÿ pois ds seja louvado tenho neçesidade delle he doutro
[14]
e agora pos pee de vdade q eu lho asoldadara e me pagara a soldada delle nas cõtas q fizemos
[15]
ds jurado fallso testemunho e de maa gẽte pq se eu tal pmetera eu o cumpryra e minha molher o mesmo ainda q Relevara toda minha fazda
[16]
e a vdade he q elle não avia tãto polo moco como tinha aReçeo q me daria cõtado q Recado bizcaia de minha fazda e se ficou devẽdo
[17]
pq elle o tinha avysado q viese p esta villa nẽ me mostraseis Roles e papeis q trouxes segũdo o moco declarou p juramto q lhe foi dado
[18]
e p eu estar imcerto do q lhe elle tinha dito dise a minha molher ao tempo q de lla vim q tãto q o moco viese de bizcaia se viese p esta villa mo mãdase logo p ter delle necesidade
[19]
e sua may quãdo me aquy viu dise q lhe dese cõta de seu filho e fazia gritos e cousas q não levavã mo e eu me queyxey qua mto minha molher p fazer o q lhe eu dise e mãdar o moco logo como chegou a esa cidade e qallarse ate o tpo de sua vinda
[20]
e meu filho vez de a omRar e animar e fazer mimos como os filhos de bemcã são obrigados fazer a afrontou dizendo lhe maas pallavras de modo que sayu de sua casa como ds sabe chorãdo pelo caminho e gemẽdo delle
[21]
e prouvera ds q lhe disera ella o q elle merecia
[22]
e a lleixou vir sẽ a querer acompanhar
[23]
e não fora mto vir ela hũa ou duas jornadas
[24]
e asi o cuidavã nesta villa dizẽdo cõtrairo da vdade q eu lhe asoldadara o moco e q elle q o vistira e qalcara e q bem paga vinha a soldada
[25]
e ella vẽdose asi agastada delle e q tudo era mïtyra lhe mãdou o pelote he botas q elle tinha dado ao moco do chafaris d aRoios p eitor mẽdiz meu sobrinho q lho tornou a casa q tudo vallia qaisy nada
[26]
e eu pagey a soldada p elle de quatro meses q o provio
[27]
e aimda q lho ella lla deixara o q ela podia fazer elle se ouvera nesa ira de vir pq quere morar lxa p nhũ presoo nẽ sua may
[28]
tal ouvera de cõsimtir de modo q todo seu negocio hera pq o moco viese dar cõta como deu do q pasava bizcaia como diguo
[29]
de modo q ele tra minha vontade husurpou de minha fazemda dous mill he cẽto he qorẽta he cruzados como vm vera pello Rol da cõta he apõtamtos do q tẽ sy e mao Recado q fez q com esta vay q pasa na vdade
[30]
e outro destes heu mãdo ao sr meu irmão pq dizia elle eitor mẽdez a todos he a giomar diaz sua molher q eu q lhe dera hũas dividas perdidas
[31]
e vm p quẽ he ma fara dar copia desta e do mesmo Rol de cõta he apõtamtos a ella giomar dias minha sobrinha e aos sores carllos fco e mel mẽdez e as soras suas molheres pa q saibão o q passa pq terão pa sy q llevou nada de minha fazda pois pãte todos no meu Rosto e de minha molher dise ao sor meu irmão q lhe dese cem cruzados pa ir pagar as joias
[32]
vdadeamte aqela ora fiqey atonito e Rogey a ds me dese paciẽcia pa lhe Rogar asi pragas e fallar mal
[33]
e ds sabe o trabalho q Receby quãdo lho ouvy e acabar cõmygo me callar
[34]
e se vm me denegar esta mce de fazer sabedores a isto os sores he snoras do Rol q digo q esta vay pesarmea diso pq me dara trabalho ais p v a cada o mesmo
[35]
e lhe dyrey a vdade do q determinava faz meu filho hera lhe dotar mill cruzados p casar onde casou e ẽtregallos pamte o sor meu irmão he vosas merces bõa moeda
[36]
e elle cõtra minha võtade de poder osoluto p dollo e ẽgano cuidãdo q ho avia eu de saber nẽ ẽtender tomou dous mill he cẽto e quorẽta e cruzados como diguo segdo consta da cõta de q lhe trouxerã ficãdo devẽdo bizcaia he outras partes q se interesão mais de seiscẽtos cruzados
[37]
no ẽpego q se fez pa mÿ estãdo minha casa e espevyame de lla p mtas vezes q me ficava lla somte quarẽta ou RiiM mil rs
[38]
e asi o afirmava no depoimto e juramto q fazia
[39]
e vm mandara lhe dizer q me ẽtrege o meu e page e queria q eu e minha molher e fos sẽpre gemamos delle pq eu lhe promety nhũa cousa dote pq se lha pometera ou dera de minha llivre võtade ainda q Rellevara quãto podia s eu podia sofrer nũqa niso fallara nẽ dera Ra
[40]
mas tomallo elle cõtra minha võtade parese q he obrigado a Restituirme o meu e pagarmo como digo e dar azo pa e mãdar e av meu p justa e tirar estromtos e carta d escumunhã pa se sabr a vdade de tudo pq tenho pa mÿ q he mto mais alem do q sey e fara bem e o q ds mãda e ds ẽcaRegua sua comsiẽcia
[41]
ds seja todos e nos de Remedio pa fazemos seu sãto svico
[42]
ẽviolhe a minha bemcã e a de ds
[43]
pimamte ẽcomẽdo me merce da sora brytiz llopiz e minha molher o mesmo mill cõtos de vezes
[44]
e nos farã merce beijar as mãos p nos aos sores seu pay e mai e irmãos
[45]
de trãcoso a 27 de mayo de 1567
[46]
tio e svidor de vm
[47]
frco diaz mẽdez

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