Visualização das frases [1633-1634]. Carta apócrifa de Mariana da Coluna, religiosa clarissa, fingindo ser outrem para si própria. Autor(es)
Mariana da Coluna
Destinatário(s)
Mariana da Coluna
Resumo
Carta em que se critica a destinatária por se querer afastar, tentando captar a sua atenção, dizendo que por mais que peça a Deus por misericórdia, nunca lhe será concedida.
Texto: Transcrição Edição Variante Modernização - Cores
[1]
dizeme se eu sou tanto teu e de tan boa vo
ntade te sirvo e quero por que rezão me
não queres tu asim
[4]
esta tu e faze o que te digo e não
de ver mais cõ couza negã porque as de sa
ber que não te aproveita nada nẽ rezar
nẽ jejum nẽ esmola
[5]
nada ds aseita nẽ quer
de ti
[6]
faze de conta que tudo botas no mar
[7]
sẽ
proveito negã as de ter
[9]
não cudes outra couza nẽ no esperes de ds
nẽ de quem te encomendas
[10]
creme o que te
digo que he o serto e te quero bem e tu não mo sa
bes pagar que me es falsa
[11]
eu dezemganote e dig
ote o que he verdade e as de ter
[12]
não esperes
por outra couza de ds nẽ tenhas confi
ansa nele porque nada te a de dar do que lhe
pedes porque elheele quando te virou as
costas e lansou de si fora não foi pra mais
te tornar a ver nẽ ouvirte tuas petisois
que lhe pedises porque tão aboresido esta
de ti
[13]
por iso não te mates nẽ te canses ẽ
pedir mizericordia nẽ perdão porque ja
o não ha pra ti nẽ no esperes de o ter ja ẽ
quanto fores viva nẽ depois de morta
[14]
eu sou o que te ei de valer pois es minha
e eu teu e todo teu mais que eu es minha
[15]
porque tu não uzas comigo como amiga
[16]
quem he amiga fas couzas de amiga
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