PSCR0151
[1500-1599]. Carta de anónima, afilhada do destinatário, para, presumivelmente António de Castilho.
Autor(es)
Anónima64
Destinatario(s)
António de Castilho
Resumen
A autora dirige-se ao destinatário,seu padrinho, dando-lhe notícias suas e queixando-se da falta de cartas dele.
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esta carta sera
dada no colejio de
são paulo q he re
posta dũa q veio
de lisboa
[fig1]
Senhor já não poso tomar cõselho que me não
segure de cada ves menos e por vos
não tolher a fala a cada paso
quero ãtes viver asi mal acõmselhada
por se não perder hũ cuidado que tãto
por sua võtade vos deseja servir mas
não credes que he voso e este
agravo que do mais não são
ta desarepada que não cuide que foi a mor
merce que me podies fazer deixemos
agravos que os não sei ter vosos nẽ ai
ma cõdição a que posais por cerco mas
nada a isto basta pera deixardes de me
por culpas de que ja estareis vĩgado
porque pera mĩ não ha mor cerco que
faltarme novas vosas a outo dias que sem
duvida me parece outo mil anos
a valedora que quereis tomar me
parece escusada porque esta claro
não fazer nada sen
e ela sabe bem esta cutesa pois
não querera sirvirvos nesta
parte padrinho mãdaime muitas novas
vosas que por esta [fig1] que ãdo
pera morer porque as não sei todo
este tẽpo amigos como dantes e mais
se puder ser porque se não se sofre
tã ma vida em dias tamanhos
e as noutes em que cuido ter
algũ remedio de
vos e desemquietame muito mais
e isto não por medo que lhe tenha mas
porque me tirão d avẽturas que
folgara chegar o cabo não me
mais declarar porque diz
frei afõso que vos achei e se lho
disese nũca acabaria padrinho
que remedio me dais pera vos não
querer tãmanho ben que parece
sem sabona porque he ir allẽ do que Deus
mãda e nisto tenho grãde escrupulo
que me acõselheis o
que nisto poso fazer ou me segureis
quã bem ho emprego padrinho
mãdaime dizer que quereis que faça de
duas cartas vosas que tenho que por
desastre vierão ter as minhas mãos
sois hũ omẽ de muito bom recado pois
afirmovos que não erã pera se
por em tãto risco mas forão ditosas
em vir cousa sua
porque são de
muito segredo ainda que vos não me
tendes nesa cõta- beijo as
mãos
vosa afilhada
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