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Maarten Janssen, 2014-

PSCR1383

1630. Carta de Vicente Nogueira, cónego, para Pedro da Silva de Sampaio, inquisidor.

Autor(es)

Vicente Nogueira      

Destinatário(s)

Pedro da Silva de Sampaio                        

Resumo

O autor reconhece junto do inquisidor as suas culpas, manifesta-se arrependido e pede para não ser humilhado publicamente.

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Se eu por meus grandes pecados tenho asco de mi, e me aborreço a mi proprio: que muito he, que enfastiem cansem e enfadem às muito castas orelhas de VM e dos senhores dous companheiros? porem pois VM tem officio de deos na terra com chave das maiores culpas, semelhese tambem muito a elle (como ja comigo o faz) no de que se elle maes preeza, que he na muita misericordia e muito condoerse: e poes ja tem em sua mão esta ovelha tão arrependida, cure ha com a brandura do bom pastor, e ajase não conforme aos merecimentos della para os quais he curta pena a do inferno mas conforme ao muito que Deos se paga de coraçoens bem contritos, qual eu entendo que está hoje o meu, e qual procurarei que o esteja sempre: e em todas as ratificaçoens e mais autos em que VM por sua fidalga e boa natureza, me puder conservar a honra e opinião, e não envergonharme: o faça. porquanto será poerme n alma huns ferretes que nunca se borrarão e deixarme feito hum perpetuo pregoeiro dos muitos dotes e talentos que Deos depositou em VM e sera ultimamente satisfazer às armas e escudos desse sagrado tribunal sendo nelle muito primeiro o ramo pacifico da oliveira que a espada ensanguentada. e guarde deos a VM

Lxa 4a feira 4 De dezembro 1630 Vicente Nogueira

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