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Maarten Janssen, 2014-

CARDS6084

[1833]. Carta de José Joaquim Travassos, barbeiro, para João José da Silva Lima, comerciante.

ResumoO autor, réu, pede para se encontrar com o queixoso, possivelmente para se desculpar do furto que lhe fez.
Autor(es) José Joaquim Travassos
Destinatário(s) João José da Silva Lima            
De Portugal, Lisboa, Alfama
Para Portugal, Lisboa, São Cristóvão, Poço do Borratém
Contexto

José Maria Pires, barbeiro, que trabalhava numa loja no Largo do Poço do Borratém, foi enganado por José Joaquim Travassos, também barbeiro. O primeiro pediu que este fosse buscar uma bebida para os dois, aproveitando para roubar um relógio, pendurado numa vidraça. Quando José Maria Pires chegou, José Joaquim já se tinha ido embora. Contudo, o réu escreveu a José Maria Pires uma carta a confessar o furto e a pedir desculpa. O relógio, vendera-o por mil e oitenta réis, pelo que decidira compensar José Maria com uma casaca que, no entanto, nada valia. O queixoso acrescentou que o relógio era muito mais valioso: dois mil e quatrocentos réis. Concedeu o perdão ao réu, com a condição de lhe ser restituída esta soma.

Suporte meia folha de papel dobrada, escrita em duas das faces
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra J, Maço 193, Número 24, Caixa 515, Caderno [1]
Fólios 4r-v
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização Leonor Tavares
Modernização Sandra Antunes
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2007

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Ao Snr Jose Maria Meu Amigo e Snr gde Des M As na Logea do Snr João Joze da Silva Lima No Largo do Poso do Buratem etc etc etc etc etc Snr Joze Maria

Estimarei q hestas duas regras o vão achar com perfeita saude pois eu o prezente paço sem ma-hor novidade pa em tudo lhe dar gosto ahinda q Vmce pa comigo hista discomtente por cauza da falta do q Vmce sabe mais heste descontemtamo he nasçido de Vmce não saber o fundamto por q histo foi feito porq se o sobeçe athe Vmce se arependeria de romper em esçesos contra mim q Ja me vierão a notiçia asim como eu histou arependido de em-trar no detalhe de semelhente aposta q fis pa me servir de vorgonha e foturar mal de mim pois a bebida e dezemquietação de algumas peço-çoas fas fazer coizas mal feitas qual he a prime-eira q fis de tal natureza mais eu q pertendo dar de mim toda a comrespondençia debaixo da condição de Vmce deçente e amigavelmte hir falar comigo em sitio çerto q lhe mando dizer e se pode comfiar da minha palavra junta-mente a comrespondençia ahonde lhe com-tarei a maneira de como emtrei em semelhe-nte detalhe pois so a vista e com soçego he q lhe po-derei dar sastifação de tudo histo mais la a Loga não quero hir Ja porq o mestre o ha de saber, eu por ora tenho vergonha de La hir emquan-to não falar com Vmce e visto Vmce rezolverse a querer falar comigo na comformidade do q lhe mando dizer na boa pas e honião porq se escuza de dar mais nada a saber e mostrando Vmce hesta o mestre Lima me parese lhe dira não ser asim dezaçertado para histo se combinar caladamte pode darme a reposta por escrita em carta fixada mandando dizer com serteza a hora e ahonde quer q eu lhe va falar e a reposta mandea a Logea do Joaqm Cotralhas as portas de Santo antão mais não lhe diga La, coiza nenhuma disto e com histo não emfado Mais

deste Seu Amigo e Vner q a Vida lhe dezeja Joze

Legenda:

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