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Maarten Janssen, 2014-

CARDS8047

1818. Carta de António José da Cunha Pinto, vereador, para José Gonçalves Castelhano, foreiro.

SummaryO autor explica que o vigário de Guimarães o induziu a depôr contra ele.
Author(s) António José da Cunha Pinto
Addressee(s) José Gonçalves Castelhano            
From América, Brasil, Maranhão, Cururupu
To América, Brasil, Minas Gerais, Ladeira
Context

O capelão de Cururupú, o Reverendo António Vidal Ferreira Pinto, foi denunciado em 1813 por um lavrador inimigo, José Gonçalves Castelhano, enquanto culpado de uma série de crimes. O réu foi acusado de viver "escandalosamente amancebado durante mais de nove anos com Faustina Teresa, mulher casada com o alferes António dos Reis", e ainda "concubinado de portas adentro com a preta forra Maria Benedita." Disse-se ainda que era "muito remisso na administração dos sacramentos, como aconteceu com um homem branco, filho de Portugal, e com uma escrava chamada Iria do Padre António Alves Domingues", e também "um refinado negociante." Dava "conto e asilo a homens facinorosos e degradados, como um João Alves, homem de tão péssimo caráter que tem chegado a forçar algumas mulheres, dado pancadas" e era "costumado a apanhar cartas alheias para as abrir e ler e, por este meio, descobrir os segredos das famílias e dos particulares." Fazia "um notório e sórdido monopólio dos mesmos sacramentos, não batizando senão por mil e seiscentos réis, quando a esmola que recebe o pároco não excede a quatrocentos réis, e não assistindo ao sacramento do matrimónio sem que lhe deem três mil e duzentos réis." O autor do processo, no entanto, acusou também o dito padre de um crime mais banal. A 25 de setembro de 1812, o padre teria cometido contra si um "rigoroso furto": o roubo de um boi de carro, mandando-o matar "por dois dos seus agregados, com o pretexto de que tinha ido à sua roça", fazendo com que se enterrasse o coiro e a cabeça do animal "para que se não descobrisse o malefício" e conduzindo a carne para sua casa. Ao fim de um processo criminal que durou 6 anos, o capelão acabou absolvido.

Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Collection Feitos Findos, Processos-Crime
Archival Reference Letra J, Maço 3, Número 17, Caixa 11
Folios 435, 436
Transcription Cristina Albino
Main Revision Raïssa Gillier
Standardization Raïssa Gillier
POS annotation Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Transcription date2007

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Snr Jozé Gonsalves Castilhano Ge Ds Ladeira Snr Joze Glz Castilhano Cururupu 19 de Janro de 1818

Meo amigo e sr recebi a sua e vejo o quanto esta conspirado contra mim pello juramto q dei na justificação do Pe Antonio Vidal vendo Eu o juramto vejo esta todo falficado i agora q conheso o porcidimto do vigario de Guimes pois q Logo q emtrei me dice o vigario venha jural contra aquele Malicioso Joze Glz Castilhano ele vigario junto com o escirvão me mandarão sentar lonje da meza onde se escreveu o juramto e Não me Lerão bem visto estava q hera pa fazer o q fizerão q Nem me defirirão o juramto dos santos ivangelio Deos ge a vmce por mos annos como qm he

de vmce mto ceo vor obro Antonio Jozé da Cunha Pinto

Legenda:

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