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Maarten Janssen, 2014-

CARDS7038

1808. Carta de Fortunato José Barreiros, militar, para Joaquim Pulquério do Couto, seu tenente.

ResumoO autor compromete-se a testemunhar em defesa do destinatário.
Autor(es) Fortunato José Barreiros
Destinatário(s) Joaquim Pulquério do Couto            
De Portugal, Elvas
Para S.l.
Contexto

O réu deste processo foi Joaquim Pulquério do Couto, acusado de colaboracionismo com os franceses aquando das invasões. O réu foi intérprete do Coronel d'Aboville, por saber falar muito bem a língua francesa. Alegou em sua defesa que se sentira até constrangido por ter tido de desempenhar aquele papel de intermediário. Quem o acusou foi o Coronel de Artilharia Vicente António, mas os companheiros do réu apresentaram um abaixo-assinado em sua defesa.

Suporte meia folha de papel dobrada escrita nas duas primeiras faces.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra J, Maço 21, Número 9, Caixa 62, Caderno 1
Fólios 55r-v
Transcrição Ana Rita Guilherme
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização Ana Rita Guilherme
Modernização Catarina Carvalheiro
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2007

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Snr Joaqm Pulquerio do Couto

Recebi a sua carta de 28 do corrente; e nella a certeza de q passa bem, felicidade que estimarei lhe continue. Nada me ademira que o nosso Corel queira perseguir a Vmce visto que o seu caracter sempre tem sido o de disgrassar os seus subditos, e principalmente aquelles em quem conhesse alguma agelidade, e capacidade para lhe conhecerem, e analizarem os seus procedimentos, todos tendentes a peci-mas, e terriveis consequencias: fassa Vmce toda a deligencia por se evitar de lhe cahir debaixo, pois eu ousso dizer a todos q elle faz as deligencias de o perder. Em quanto a atestação que Vmce me pede (sendolhe preciza) sobre eu dizer que no tempo em que Vmce aqui esteve com o Coronel d Aboville nunca exce-dêo as funçoens de seu interpetre, e que nunca fez mal a pes-soa alguma, e que mesmo nos principios do mez d Agosto em que o General Loisson aqui veio com a sua Devizão Vmce acompanhara ainda o ditto Coronel, estou prompto. logo que receba a o seu avizo; pois q não obstante estar eu capacitado, de que foi Vmce a origem da intriga de Vicente com-migo, tantos tempos, pode ser por lhe fazer a vontade comtudo estou prompto para dizer a verdade do que assima se trata, por tudo ter succedido assim. He verdade que a minha Patente está prompta, chegou, e eu sentei praça em 21; porem os Offes seguindo os detames de seu Mestre, fizerãome o que a seu tempo eu farei publico em Portugal, assim como os mo-tivos que os obrigou a hum tal exccesso. Vmce me fala sobre estar na horta de S Paulo, e em que falou ahi á familia do Franco; porem não sei, o a que vem isto, nem o para que me fala sobre as tropas Francezas que ahi abarracarão, e pois que ignoro o motivo, Vmce mo esplicará sendo precizo fazer eu menção d alguma coiza, que ahi succedesse, ou nos outros lugares em que os Francezes ficarão fora d Elvas, sendo verdade estou pto Dezejo ter occazioens de obezequiar. Ds Ge a Vmce ms as

Elvas 4 de Dezembro de 1808 Seu mto Venerador e Criado Fortunato Joze Barreiros

Legenda:

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