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Maarten Janssen, 2014-
Resumo | O autor recorre à ajuda de um amigo padre para interceder por ele junto Inquisição, pois foi julgado por judaísmo e degredado para o Brasil. Confessa-se católico e garante ter acusado os seus familiares só para conseguir salvar a vida. |
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Autor(es) | Fernando de Morales Penso |
Destinatário(s) | José Ferreira |
De | S.l. |
Para | S.l. |
Contexto | O processo número 5.414 da Inquisição de Lisboa, onde estão arquivadas as duas cartas (PSCR0376 e PSCR0377) aqui publicadas, diz respeito a Ana Maria de Morales Penso, acusada de judaísmo. Além do que se lê nesta documentação, as acusações feitas à restante família Penso tornaram-se conhecidas, havendo extensa bibliografia a esse propósito. Fernão Rodrigues Penso (processo 2.332 da Inquisição de Lisboa), pai de Ana Maria, de Mariana de Morales Penso e de Fernando de Morales Penso, tinha sido acusado pelo mesmo crime em 1669, e, enquanto o Papa suspendeu a atividade inquisitorial (1674-1681), o réu continuou preso. Durante dez anos não saiu do cárcere, resolvendo-se o seu caso apenas em 1682. Era viúvo de Beatriz Pessoa, teve vários filhos de outras mulheres, nomeadamente de Ana de Sousa, de quem teve sete filhos, um deles Fernando Rodrigues Penso. Durante o tempo em que esteve preso, os seus filhos ilegítimos ficaram a cargo de Mariana de Morales Penso e do marido, Pedro Olivares. Toda esta história trouxe dissabores entre os vários irmãos, nomeadamente entre Ana Maria e Mariana em relação ao seu irmão Fernando (filho ilegítimo), que diziam ser mais bem cuidado pelo pai do que elas. Fernão Rodrigues Penso, pai dos três, nunca denunciou nenhum dos filhos à Inquisição, mas Fernando acusou toda a família (prática que era comum a processos da Inquisição, pois a acusação de outros ou a assunção de culpas servia para atenuar as punições). Esta má relação entre os irmãos foi o motivo pelo qual Mariana escreveu à irmã Ana Maria referindo pormenores das discussões com Fernando. Todos os três irmãos foram presos, as irmãs após a denúncia de Fernando, deixando Mariana três filhos, um deles com quatro meses, aquando da sua prisão. As duas irmãs foram expostas aos tormentos do potro, apesar de serem proibidos para mulheres, e Fernando foi degredado para o Brasil, sendo todos depois libertados. Antes de partir para o degredo, Fernando escreveu uma carta a um amigo padre, em que lhe pedia que intercedesse por ele junto da Inquisição, (PSCR0462). Bibliografia: Saraiva, José António (2001), The Marrano Factory: the Portuguese Inquisition ans its New Christians 1536-1765, Leiden-Boston-Kõln, Brill; pp. 186. Correia, Arlindo (2012), "A Família Penso na Inquisição (1672 ‒ 1684)", http://arlindo-correia.com/101012.html (consultado a 1 de abril de 2016). Silva, Filipa Ribeiro da (2011), Dutch and Portuguese in Western Africa: Empires, Merchants and the Atlantic system 1580-1674, Leiden-Boston-Kõln, Brill; pp. 290-291. |
Suporte | uma folha de papel dobrada, escrita na primeira face. |
Arquivo | Arquivo Nacional da Torre do Tombo |
Repository | Tribunal do Santo Ofício |
Fundo | Inquisição de Lisboa |
Cota arquivística | Processo 6307 |
Fólios | 178r |
Online Facsimile | http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2306355 |
Transcrição | Mariana Gomes |
Revisão principal | Rita Marquilhas |
Contextualização | Mariana Gomes |
Modernização | Clara Pinto |
Data da transcrição | 2015 |
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