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Maarten Janssen, 2014-

Representação em facsímile

1822. Cópia de carta de José Cupertino da Fonseca e Brito, Corregedor, para Dom João VI, Rei de Portugal.

Autor(es) José Cupertino da Fonseca e Brito      
Destinatário(s) Dom João VI      
In English

Letter from José Cupertino da Fonseca e Brito, a high magistrate, to King Dom João VI.

The author tells the addressee how he proceeded in order to arrest the conspirator Joaquim Teles Jordão .

In 1822, in the aftermath of the liberal revolution in Portugal, the suspects of a counter-revolutionary coup were prosecuted by the Royal justice. The official version of the coup was described in the 'Diário do Governo' (Cabinet Journal) as the act of «evil anarchists and ambitious conspirators who wanted no less than barbarically cover with blood our happy Regeneration, put our Homeland in mourning, depose the King and take down the House of Deputies ('Cortes')». Five suspects were immediately arrested: Francisco de Alpoim e Meneses, a businessman, Januário da Costa Neves, a knight of the Order of Christ, officer of the Military Ministry of the Army, Manuel Ferreira, a footman, and João Rodrigues da Costa Simões, an apprentice printer.

If there is no translation for the letter itself, you may copy the text (while using the view 'Standardization') and paste it to an automatic translator of your choice.

Page 15r > 15v

Senhor. = No dia 13 do corrente tive a honra de participar a Vossa Magestade tudo quanto havia occorrido sobre a diligencia da prizão de Joaquim Telles Jordão, que Vossa Magestade houvera por bem mandar-me encarregar por portaria do primeiro do actual mez, e como o esperava n'aquelle dia prezo, pois que o havia mandado conduzir por uma escolta. Eu, Senhor, não podia ter receios alguns a respeito de tal diligencia: o Escrivão, que eu havia mandado era incorrumptivel, zeloso no cumprimento de seus deveres, e assaz habil, e da escolta não podia eu desconfiar, nem havia razões algumas de esperar que ninguem se arrojasse a querer-lhe tirar o preso, que não tem amigo algum alem de seus proprios irmãos. Pelo que, e porque as noticias dos manejos, que os inimigos do presente sistema de Governo fazião em diversas terras da comarca, e particularmente n'este paiz de Cêa me fizerão entender que era aqui necessaria a minha presença, parti da Guarda deixando o juiz de fora encarregado de providenciar por occasião da chegada do ex-brigadeiro alguma cousa que fosse necessario, que eu julgava nada seria, porque ao escrivão tinha eu dado as precizas instrucções para se governar até Gouveia, aonde eu vim combinar com o Major commandante do batalhão o mais que me pareceo conveniente para a conducção segura do preso até Lisboa, não me tendo esquecido pedir ao general da provincia dous soldados de cavalleria para o acompanharem, associados á escolta do batalhão para isso destinada, os quaes effectivamente elle enviou a Gouveia. No dia quinze chegei a esta villa de Cea, e hontem dezesete em logar de ver chegar o preso, como esperava, recebo a noticia de que elle fugira, e escapára á escolta á entrada mesmo da cidade!...; eis aqui, Senhor, como o caso aconteceu, e me he relatado- No dia quatorze de manhaa partio o preso da praça d' Almeida a cavallo em uma cavagaldura, que o Governador tinha para esse fim requesitado ao Juiz de fora, acompanhado do escrivão tambem a cavallo em uma egoa propria d'elle, e escoltado por doze soldados do referido batalhão commandados por um sargento: vierão ficar a Pinzio duas e meia legoas da Guarda; d'onde, segundo as ordens, reenviárão a cavalgadura em que vinha o preso; e como este repugnasse em vir a requererão ao juiz da terra, que lhe fizesse apromptar outra; o que elle não fez, e então o escrivão para não ver por mais tempo paralisada a marcha, offereceo ao preso virem alternadamente por espaços na egoa do mesmo escrivão; e assim vierão até ao chamado chafariz de , que fica á entrada da cidade, enxergando-se



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