O autor ameaça Ana Joaquina de represálias violentas caso ela não retire uma queixa.
Senhora Anna Joaquina Senhora. Eu como Mulher que sou, e perceben
do a conversa que tiverão trez homens o pé da
minha porta em a grande desgraça em que
seu Marido está a cahir, e mais Vossa Mer
cê, que qualquer dia é não o posso descobrir a
respeito do Dezertor que foi prêzo no Algar
ve que foi prezo injustamente, porque nem va
léo de nada, nem nunca o ha de saber, e a de
nuncia do Ourives, foi por vingar delle, e po
nhase prompta para receber tão boa vezita
que sei que lhe fazem, quer esteja no Monte,
quer esteja na Villa, que sei se lhe chegão
o Monte, que tudo quanto agarrão, e agarram,
tudo morre, cuide muito depressa em hir dar
o perdão ao homem muito depressa porque
não lhe fez mal, e querendo com isto tudo
quanto fôr seu será sagrado, e mais Vossa
Mercê nunca terá prejuizo, nem seu Ma
rido poderá passear por toda a parte, estando
o perdão dado. Eu sou obrigada a hir a sua
Caza debaixo de segredo declarar-lhe quem
erão os homens, que estavão com esta conver
sa debaixo de segredo, e então saberá quem
eu sou. Cuide nisto muito breve.
Hoje
treze de Novembro de mil oitocentos e vinte