Representação em facsímile
[1630-1639]. Cópia de carta de Luís de Melo, advogado da Relação e da Casa da Suplicação de Lisboa, para Álvaro Pires Pacheco, padre.
Autor(es)
Luís de Melo
Destinatário(s)
Álvaro Pires Pacheco
Resumo
O autor descreve o que passou quando esteve preso pela Inquisição, lamentando que se dê crédito a confissões voluntárias e pedindo ajuda para se livrar de penitências em Portugal.
pudera prevaleser mais a evidencia das obras q
mtos mostrarão sempre tão encontradas ao q se lhe
imputa e pudera ser maior huã enformasão q
primra se tirasse não de todos mas de algums
e vio estado e predicamto o pede, do q a asser
são e tistimunhos daquelles q por cauza do
lugar do tempo, e das ansias en q agonizão
he creivel que por se livrarem delle farão
o q a enponensia tem mostrado, e nestas mate-
rias a prizão somte chega a ser a maior pte
do descredito, e os Doutores asentão q a não
pode aver nestes crimes senão com quasi a
mesma prova q he neccessaria pa conven
ser. e huã das couzas q me confunde o enten-
dimto e q tendo lido tanto nos direitos como
aquelle q se tem cansado nelles mais, he que
a maior pte daquelles penitensiados vai con
fescar vuluntariamte e nas confisois q fazem
mostrão com evidensia q não podião ser
judeos, e q o fazem timore carceris aut tor
menti foneri e por se verem fora de traba-
lhos; Porq, sendo perguntados em
q Ds crião dizem q em Moizes; e q ora
sois rezavão dizem q todas as da igreja
catholica singularizandoas, e assi digo
eu se elles forão verdadramte judeos
assi como confessão spontaneamte q
o forão tambem avião mostrar nas
confissois q erão judaicas, mas di
zerem nellas couzas tão encontradas