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Maarten Janssen, 2014-

Representação em facsímile

1727. Carta de José de Moura, mestre de gramática, para [um membro da Inquisição de Coimbra].

ResumoJosé de Moura escreve da prisão uma confissão e pede misericórdia
Autor(es) José de Moura
Destinatário(s) Anónimo343            
De Portugal, Porto
Para S.l.
Contexto

José de Moura, mestre de gramática, natural de Vila Real e morador em Vila Nova de Gaia, foi réu neste processo de bigamia. O processo envolveu também Maria Teixeira de Oliveira, que casou primeiro com Francisco Rodrigues, mas o marido partira para Lisboa 10 ou 12 anos antes. A mulher criou amizade com José de Moura e confessou-o a um padre, Domingos Delgado. Segundo ela, José de Moura começou-a a “obrigar para se casarem”, no que ela não consentiu, por não ter a certeza de que o marido "era morto". Todavia, Maria Teixeira de Oliveira dependia de José de Moura, e ele batia-lhe e ameaçava-a de morte. Mais tarde, o réu apresentou uma falsa certidão do óbito de Francisco Rodrigues, e ela viu-se obrigada a casar. José de Moura proibia-a de se confessar, o que ela fazia às escondidas, e aconselhava-a a ser feiticeira, porque era o modo de conseguirem sustento. José de Moura também foi acusado pela mulher de ser um homem "de vida perverse”. Foi condenado pelo pecado de bigamia a 5 anos de degredo para Mazagão, mas a pena foi comutada e o réu teve de cumprir quatro anos de degredo em Faro.

Suporte meia folha de papel dobrada escrita no rosto e no verso
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Coimbra
Cota arquivística Processo 7184
Fólios [49r-v]
Transcrição Ana Guilherme
Modernização Catarina Carvalheiro
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2009

Page [49r] > [49v]

Por me achar Eu Jozeph de Moura fo legitimo de Mel dos Reis e de sua mer Sr Crasinta de mora naturais de Va Real por me achar em prizam faso esta Lista por ma Letra e nalla me asignarei Com as Couzas de que pertendo aCuzarme ao S oficio ComCorrim e fis hũa Cartta fingida e nella dizia alguas palavras desonestas Como forão huas a Respto de me dizer hũa tal molher que lhe dava hum mal e q lhe antrava pellas unhas dos pes e por galhofa fis hũa cartta fingida e suposta Como q ma Remetia Amo a pedir me as unhas dos pes e o nome do parricho que a Batizara a fingia na da cartta q sabia de hũa mer q tinha hum Cristto na boca e tudo istto eu fingi em matiria de galhofa pa lhe dizer q tinha hum Cristto na boca q Dicece o Do parricho de quem se pedia o nome na da cartta q a tornace a Batizar pellas unhas. Comfesso que fis tudo isto em galhofa e não por ofender a Sta fée do q peso a VSa mizeriCordia mais digo que perguntandome hum Clerigo por hũa emformasam que me perguntava de hũa mer pa ver se sabia que ela Curava ou benzia pesoa que ca não conhecia e saindo pa fora donde me foi preguntada a tal couza dice a hum amigo que se perguntava por a da mer pa aCuzarem o Sto ofiçio e fis isto não por ofender a santa fee hu distto peso a VaSa meziricordia



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