Representação em facsímile
1801. Carta de Francisco José de Almeida, membro Sociedade Real de Medicina de Paris, para Dom João de Almeida de Melo e Castro, diplomata.
Autor(es)
Francisco José de Almeida
Destinatário(s)
João da Almeida de Melo e Castro
Resumo
O autor reflete sobre as diferenças entre as mulheres portuguesas e as estrangeiras. Exprime também a sua ambição de conseguir viver de acordo com a filosofia de Epicuro.
Gdes Palacios inculcão magnificencia; mas não se está bem guar
dado dos
tempos com hua cara decente, aonde eu oiça a voz do meu
amo (logo q elega a do som de hũa campainha,
recado, e resposta de hũ criado estupido, q tudo me repreza o gosto de
desfrutar este prazer, q as almas sensiveis e innovantes
só conhecem.
Que bem se vive com o pouco. não são os Diogenes, e os Crates os meus
Herois, nem também os
Cresos, nem os Alexandres, q no excesso não
pode haver virtde, nem prazer. Só Epicuro me atrai, eis aqui o meu
Heroe: naquelle tempo, em q a Grecia e em
q os Philosophos
se mordião cruamte, porq sobre as ruinas da sua
se levantava outra mais frenetica, e mais insolente, em q
a difinição
de summo Bem ocupava, e dividia todas as cabeças; o bom Philosopho
quieto, e socegado, inalteravel a ensultos, a desafios, e a imbustes
ouvia a
natureza pura, e innocente, estudava-a, e seguia-a o bem não esta-
va longe, morava no coração do homem: a ordem hé este bem geral; qdo
o homem sabe do lugar q lhe hé destinado, agita-se, não tem mais do q escu
tar o grito do interno; remette-o
a ordem e feliz; gozava
de hua paz interna q nenhum dos Philosophos podia perturbar: escar
necia os Reis
do povo; mas ajoelhava perante os altares, custava lhe
pouco, respeitava o prejuizo do povo, e antes do paiz, era bom cidadão.
desfrutava os prazeres mas
era a sua virde o
não em vicio, mas intendemos bem este homem sensato, e ve
remos qto homens
são injustos. Mais ainda levando a VExa s todavia
pode desmandar lhe
hum phantasma triste q
a vista do campo produz sobre a noite.
Agora falando deste q eu trouxe
peço a VExa
q mande dizer ao Sr Branco, a qm eu deixo o q de