O autor, sob falsa identidade, repreende o seu irmão quanto à sua atitude de abandonar mulher e filhos.
Muito sobresaltado fiquei com hũa carta q me mos
trarão de vm, que pareçe, q ou vm não entende
ou está cego, pello q tanto vai a todos, e o q vai
em vm se resolver em não pareçer, pois o pe
rigo esta certo, q disse cristo na boca de dous
ou de tres esta toda a pallavra, e quem foi tão
vertuoso q o alcancou devia dar mtas graças
a ds, e buscar remedio e não lhe lembrar molher
nem filhos, q não he isto com q se a de zombar
e o perigo he certo, e certissimo, não ha filhos nẽ
molher nem pobreza q detenha vm esta amoesta
do, e avizado bom hé não, aguardar lhe digão
maes; q a vm a sua molher e filhos ha ds de
remedear, q ca não ha com q q levou ds sua
cunhada e ficou a casa de todo acabada, e quando
possão assim farão mto, e comtudo, farsea o que
se puder fazer, sem q se falte em nada e vm
não tem q esperar senão a caida do ceo, Avizo
porq importa fazello, e se vm o não faz dara lar
ga conta a ds q lha tomara mui estreita ds gde
vm mtos annos Lxa 15 de Junho de 627
annos
João de Borba Rollão