Representação em facsímile
[1580-1600]. Carta de dona Filipa de Jesus de Portugal, freira, para dona Marta de Alpoim.
Autor(es)
Filipa de Jesus de Portugal
Destinatário(s)
Marta de Alpoim
Resumo
A autora lamenta-se, dando detalhes do cativeiro a que está sujeita e pedindo notícias de familiares e amigos.
sãtos de ca ei medo e por mais
usar comigo furtuna de crueldade ausẽte
de vos
sẽto e vinti seis legoas que sobre
tudo sinto. minha
snra saberes que des a pri
meira outava tẽnho começada esta e des ãtão
ate
este dia do
bautismo
ẽn que me esforsei mais
pra que não fose coreio sẽi ela estou de novo
nesta cãma sãgrada mtas vezes d ũ corimẽ
to que me deu nos dẽte e gargãta e dizẽi
q o mto chorar mo fes e
serto que eu não
cudo q couza
q tãto me descãsa me posa
fazer tãto mal
estou tão fraca q sera
por agora inposivel
escrever a outrẽi
mas fazeime vos minha
snra
m de me dis
culparde prinçipalmẽte a
snra prioresa.
a minha
mãi ma da costa escreverei por o pri
meiro coreio e suas quartaãs me tẽi custado
mtas
mtas lagrimas e provera a ds
q podera
ser ẽn minha mão tomalas eu ẽn mĩn
que o fizera sẽi falta e serto que a brãdura
da sua carta me tẽi tão abrigada
quãto
ate pẽdida se algũa ora por ela não ẽn
tẽder minha tẽção
lhe queimei o sãge
e se ds me descãsa ela
ẽntẽdera de mĩn ẽn
sirviços esta võtade. minha alma e meu