O autor diz ao pai que foi preso por dois padres e que não tem outro remédio senão ficar onde está. Diz que tem estado muito doente e pede ao pai que trate de entregar uma carta ao padre provincial. Manda ainda recomendações para outros familiares.
Snor pai e mai
Noso Snor de a Vosas merces mto boas saidas de festas quaresma E entradas
de festas cõ aquela saude e vida que todos os seus lhe dezejão
desde o dia que de Vsms me apartei ate oje numca mais tive hũ
dia de saude, E cõ a pouqua saude parese que não quis deus que
eu fose pera onde hia e pois ele não quis seja ele lovado cõ
todas estas cousas. fico neste Convento da Erra E mui emfa
dado porque fico em hũ atros e misero estado. a causa por que
fico neste convento da Erra he porque me forão buscar dous
frades ao caminho E foi malcinado asim que ja não tem
Remedio senão aquele que o padre porvincial me quiser
dar e que milhor for pera minha consolasão, E quietasão.
Com esta vai huã pera o padre porvincial o qual me a de VM
fazer caridade de lha dar na sua mão, E pedirlhe não queira
chegar comiguo ao cabo. E Comprir o que dise ao padre frei
Paulo, E asim tambem que lhe não lembre o pasado E dan
dome esperansas de consolasão me aquietarei e procurarei pro
ceder como frade. Eu fico mui desconsolado asim pelo es
tado em que fico como tambem por perder o meu saco cõ os
papeis que foi o dia em que os padres me forão a buscar, sẽ
saber deles mas seja ds lovado, as pastilhas que maria de
arenas me fes chegarão qua todas sans. E quanto ao que
toqua aserca dos demais negocios não saiba ninguem
nada