Representação em facsímile
1561. Carta do padre Matias Bicudo Furtado para Lourenço Pires de Távora, embaixador em Roma.
Autor(es)
Matias Bicudo Furtado
Destinatário(s)
Lourenço Pires de Távora
Resumo
O autor, residente no Cairo, dá cabais informações ao embaixador português em Roma: refere-se longamente a assuntos de política, viagens, comércio e relações pessoais.
navegasse pera ormus, e os direitos que
quer outro porto do estreito ao turco pagão, pagasse a s Al
e dali poderião levar os mercadores suas roupas
q hé porto do sophí e dali por terra a halepo, e damasco,
como agora fazem/ resultarião daqui mtos proveitos
a s Al, o primro q descarregando os mercadores suas
mercadorias em ormus não se poderia furtar tãta
quantidade de pimta| como por qua se faz/ o 2º q paga
rião os direitos em ormus/ o 3º q não vindo por
esta parte nẽ po aqlla tanta quantidade de pimẽta
serião venezeanos neçessitados hir po ella a portugal/
o 4º e mais importante q vedandose esta navegação
o turco não teria gales em moquá, nẽ averia suaquẽ
nẽ coçer e o estreito não seria tão abũdante de naos
gelvas e outros navios como agora hé/ e não leva
rião a india tantas mercadorias ao bem dos nossos
tão contrairos como agora levão/ poq as naos q pa
a india vão não levão senão cobre, azouge, enxofre,
lanças, espadas, cavallos, e turcos/ veu q cada ano vẽ
hũa nao de surrate mto grossa carregada de pimta e não
leva outra cousa q armas e turcos cõprados po seu
dro/ ora os capitães de s Al não vem isto/ porq
dara o visorrei cartas ao capitão de surrate pa po
der mãdar naos ao estreito pois hé çerto ser imigo e não
pretẽder outro q nosso dãno e avisar os turcos de nossas
cousas/ contẽtome cõ aver tocado estas cousas assi em
breve sobre as quães creo fará vs o descurso neçessario/
Manda o visorrei tres catures ao estreito a quẽ novas
d armada, nũqua tamanho erro ví/ o suez