O autor pede ao pai que lhe escreva, para saber notícias da família, e diz estar arrependido de não ter tido a bênção dos pais antes de fugir para França.
Jezuz Ma
A Rochelle
19 de Maio de 668
Pay e sor estimarei pesua Vm mto boa saude como lhe dezejo e a toda esa caza
eu fico com esta a jezuz mtas grasas ainda q bem emfadado com esta
pas de fransa com castela por so a gera eu esperava poiz não
tinha outro Remedio e verdadeiramte mto me vejo eu dezarangado sem
saber o q fasa
quando Vm veio a navio euu era em tera me diserão não tinha
Vm outra coiza maiz q o saber dos papeiz de minhas comtas e Como
Vm os acharia todoz metidoz e filaados em o bau me não deu cudado
mas peso a Vm mto me mande como estava a minha comta q bem
sei por meuz pecadoz seria bem ma como tudo o q eu fizese q
parese q me tinha a natureza deitado por maldesão não metese eu
a mão em coiza alguma q minha esperansa me não saise fruztada
em 2 di junho me embarquei em Lisboa e chegei a esta sidade
em 16 do corente e te qui me tem paresido este uzo de fransa mto bem e verda
deiramte digo q so nestas partes se podia fazer negosio e se podia
viver livremte de trabalhoz e tambem negosioz em q se pode grangiar
bem fazenda
Peso a Vm pelas sinco chagas de cristo me responda a esta carta
sendo tenha Vm bem Rezão pa o não fazer q bem sei andei mto
em me vir sem sua obidiensia e so a magoa q oje tenho he de não tra
zer sua bensão e de minha querida mai a quem escrevo por esta via
e meuz irmãoz tamen de me mandar dizer se faz Vm gorna
da e pa donde q folgarei mto saber so por me não faltarem
novas desa caza
A via por onde Vm me a de escrever he Remeter a carta os
de Andre
a Mel Lopez mando mtos Recadoz acom
panhadoz com hum abraso
mto obidiente fo de Vm
Andre Lopez