O autor pede licença para se deslocar a Setúbal, sua terra, para ver se se cura da sua doença.
Escrevi a Vsms os dias passados por via do pe fr Anto dos innoçẽtes
lente de tEogia no convento de s frco dessa çidade avizou me q lhe
responderã Vsms q mandariã a resposta, q ate gora nã vi.
Despois soçederã mil cousas, q como sã da religiã, callo, mas todas nasçi-
das de infinita paixão. de me ds paçiencia: porq nã sendo tido por estra-
gado no publico, me arguẽ o secreto imputando a mal meu zello E in-
teireza. faça ds sua vontade Em mi q seu sou.
O todo he q me deu o pe Mro 9 cargos a q respondi Em 24 horas sẽ
serẽ sentençeados, me suspendeo, E me pos presidente no convto, E mandou
me fosse pa beja ou pa serpa ou viesse ter cõ elle a alcaçar saindo me
de casa Em 8 horas.
Vim me ter cõ elle tã doente como ele bio de çezões todos os dias deu-
me licença pa estar aqui algũs dias ate poder mais comigo. E dispẽ-
sou q estivesse fora do convento, pa mais guareçer, obrigando me a differir
a Vsms o q ja estava p mandado de Vsms E mui obediente.
Em mui grande cerco me bejo cõ minha doença, E poucas forças pesso
a Vsms pellas chagas de ds me dẽ licença pa poder daqui passar a setuval
(meu natural) onde, cuido, poderei ter alguma cura, E cobrar alguãs forças,
porq Eu nã sinto as cousas da ordẽ tanto, p ser çerto a todos serẽ paixões
como estar nesse sto tribunal tido por Reo, sendo Eu que sou com tudo obe
dientissimo tãbẽ cuido q Vsms me tẽ ja respondido E q he possivel
ser me desviada a resposta, pquanto sei de experiençia a pontualidade
cõ q se acode a tudo.
Advirto a Vsms em ds q todas estas cousas não tẽ mais de substançia
q as vozes nasçidas de quẽ me nã quer ver Em Capitolo q se bẽ
chegando. Sẽ mais xo. cõ todos E gde a Vsms ms as de alcaçer E fevro a 3
de 1607
fr alvro Bllo