Representação em facsímile
1620. Carta de Rui Fernandes de Castanheda para Simão Barbosa de Castro, seu advogado.
Autor(es)
Rui Fernandes de
Castanheda
Destinatário(s)
Simão Barbosa de
Castro
Resumo
O autor suplica ao seu advogado que lhe dê instruções sobre como agir
pois foi preso e quer-se confessar à Inquisição.
nos
mal e ficar livre e mais onrado e se contudo vm
sinte q nẽ tudo esto cõforme ao estilo e ordẽ me he bas
tante pa deixar de ser prezo, me escreva logo de qual
outra letra quãodo se não fie da sua o q lhe parese
e o q devo fazer pa quãodo me ca vir prezo saberme
governar e o q mais me aflige he q não sei se
chegara a emformasão do ouvidor juntamte cõ
o precatorio a emquisisão e q por me tomar esta
confisão em tempo de ja prezo pella justica por esta
sospeita de dizer q hia fogido me não valha
pa ficar boa a cõfisão e solto suposto a enquisisão
inda não tenha cansado mão de mĩ nem cons
te eu aver fogido pois hia cõ hũ precatorio a
galiza e me não acharão fora do caminho an
tes se eu fora fogido não fora cõ elle justificalo
pesoalmte a caza dos ofisiaes de justica este a
vizo de vm espero pella posta, e no demais da
petisão q vm num pensamto encaminhe a minha
molher pa em meu nome a levar e o q a de fazer
cõ sem mil setas q me ficão a sete o
corasão tremendo como varas verdes esperãdo
reposta de vm e ordẽ pa me levarẽ ao mar e rio
de q des o livre e a todos de tão grande mal
do negosio q sobre isto se espera de madril
me avize e não se emfade e cõpadesa se pois
sabe tão grãode mal e o q este dezaventurado
ficara padesendo, deste inferno
dezavĩturado q nũca nasera
Rui frz de Castanheda