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Maarten Janssen, 2014-

Representação em facsímile

[1617-1618]. Carta de Fernão Sanches, trapeiro, para o seu pai, Pedro Fernandes, trapeiro.

ResumoO autor dá conta do que tem sucedido no âmbito do seu ofício e encaminha alguns avisos.
Autor(es) Fernão Sanches
Destinatário(s) Pedro Fernandes            
De S.l.
Para Portugal, Portalegre, Cabeço de Vide
Contexto

No momento em que o cristão-novo Pedro Fernandes foi preso a mando da Inquisição de Évora, na freguesia de Caridade (termo de Monsaraz), foi encontrada a presente carta (PSCR1419). Quem a descobriu foi o familiar do Santo Ofício Francisco Fernandes, que logo a encaminhou para a Mesa do Santo Ofício, a fim de ser anexada ao processo formado contra o réu por culpas de judaísmo. Este deu entrada nos cárceres inquisitoriais a 14 de agosto de 1617, levando consigo roupa de cama, assim como algumas peças de vestuário. Nos interrogatórios a que foi sujeito, Pedro Fernandes foi inquirido acerca de certos avisos recebidos dos seus familiares, nomeadamente sobre a carta redigida pelo filho, por ser instigado a fugir de onde estava para não ser apanhado pelo Santo Ofício. Relativamente à carta apreendida, assumiu que a sua irmã Maria Fernandes pedira que na carta lhe fosse dito que, em não se sentindo bem onde estava, prontamente fugisse. Para o Santo Ofício, era de sumo interesse identificar os informadores que assim minavam a eficácia da justiça inquisitorial, além de procurarem a todo o custo vencer a resistência deste réu, pois, muito embora confessasse seguir a Lei de Moisés, negou revelar o conteúdo de certo livro da confraria de judeus, onde constavam os nomes de vinte sujeitos.

Suporte uma folha de papel dobrada, escrita em ambas as faces do primeiro fólio e com sobrescrito no verso do segundo.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Évora
Cota arquivística Processo 828
Fólios 5r-v e 6v
Socio-Historical Keywords Ana Leitão
Transcrição Ana Leitão
Revisão principal Catarina Carvalheiro
Contextualização Ana Leitão
Modernização Raïssa Gillier
Data da transcrição2015

Page 5r > 5v

pai

huã voca me derão com a qual mto folguamos de ouvir novas vocas e mto dezeguozos da voca vista acerca das lás todos me paguarão senão manoel guolaio não me deu os ceis tostões recolhi us ducentos velos e us cem avinhos fis pano preto que levei a feira aguora estou cardãodo hũs verdenegros dos tres mil rẽs de manoel gra imda mos nao deu pela fra de maio dixe que mos avia de dar não mos deu dixe que nao vemdera ficou pela fra de santiaguo mãodeilhos pedir dixe o fo que não nos queria dar aguora ei d ir la estes dia santos qua fazenno mto mal comiguo bertolameu rois me queria levar mil rẽs pedilhe mil rẽs emprestados pagueilhos dixe despois que não lhos paguara se não fora ma frz ouveramos de levar nem a i quem me empreste vimtem lianor glz voca irmã dixe que não queria lopo grasia o propio mto mal o fazem comiguo acerca da camiza eu não tinha mais que duas voca irmã ma frz vos mãoda hũa camiza e vos mãoda muitos recados acerca de voca filha eu não tenho com ela dezavemca nenhã o que eu paco con ela diz que não quer fazer a cauza não a fas tome pires e sua molher vos mãodão mtos recados



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