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Maarten Janssen, 2014-

Representação em facsímile

[1672]. Bilhete de Isaac de Mesa para Francisco da Costa, homem de negócios.

ResumoO autor pede que o destinatário lhe envie certos bens que lhe são necessários.
Autor(es) Isaac de Mesa
Destinatário(s) Francisco da Costa            
De [América, Suriname]
Para S.l.
Contexto

Perante a suspeita de as comunidades sefarditas traficarem mercadorias e informações em prejuízo da Coroa inglesa, várias embarcações procedentes ou destinadas à Holanda por sua conta foram intercetadas. Efetivamente, as disposições constantes nos Atos de Navegação de Cromwell proibiam o trato comercial das colónias inglesas com a Holanda, a Espanha, a França e respetivas possessões ultramarinas. Os processos instaurados, à guarda no Supremo Tribunal do Almirantado, surgem no contexto de quatro momentos de grande crispação entre aquelas duas potências: a 2ª Guerra Marítima Anglo-Holandesa (1665-1667); a 3ª Guerra Marítima Anglo-Holandesa (1672-1674); a Guerra dos Sete Anos (1756-1763); e, por fim, a 4ª Guerra Marítima Anglo-Holandesa (1781-1784). A documentação encontrada a bordo e preservada em arquivo - correspondência particular e registos de carga - constituiu testemunho documental da prática dos crimes de contrabando de mercadorias em alto mar. As cartas aqui descritas são ainda demonstrativas da qualidade das relações mantidas no seio de famílias sefarditas (judeus e conversos), com existência de redes estrategicamente distribuídas: de um lado, os colonos posicionados abaixo da linha do equador, mais precisamente numa área das Sete Províncias das Índias Ocidentais (o Caribe), no âmbito das possessões ultramarinas holandesas; do outro, familiares e parceiros de negócio, situados nos principais portos no Atlântico Norte, importantes centros de atividade financeira e mercantil. Há inclusivamente em algumas destas cartas vestígios de empréstimos lexicais feitos ao inglês e ao neerlandês. São disso exemplo algumas palavras do campo léxico-semântico do comércio, como as ocorrências “ousove” e “azoes”, que remetem para o inglês “hoshead” ou o neerlandês “okshoofd”, uma medida antiga de volume.

No presente caso, o escrito encaminhado ao cuidado de Francisco da Costa ocupa o verso do que intitula "Memória do que o senhor Francisco da Costa me há de fazer mercê mandar com a primeira embarcação que para esta Colónia venha, dando-nos Deus paz". Este e outros papéis, nomeadamente a carta PSCR1485 foram, contudo, interceptados a bordo da embarcação holandesa Het witte Zeepaard, que provinha do porto de Paramaribo, com destino a um importante porto estratégico da Companhia das Índias Ocidentais - Flushing, na América do Norte - , através das Caraíbas.

Suporte uma folha escrita no verso.
Arquivo The National Archives
Repository Records of the High Court of Admiralty
Fundo 30/223
Cota arquivística part 10 of 13
Fólios [1]v
Online Facsimile http://www....
Transcrição Ana Leitão
Revisão principal Fernanda Pratas
Modernização Fernanda Pratas
Data da transcrição2016

Page [1]v

tudo o q atras peso he Bem entendido avendo Deos levado em pas os asuqres que na minha avizo a Vm aver remetido em cazo que não nada

De Vm IZaq de meza

tãobem me fara Vm m mandar huã botica o cachadela que custe até com suas lansetas navalhas e tizora a mais bem porvida de Cordiais purgas he emgointos que posa ser he o custo se a de pagar somte maior ho qta de ambos que he pa a plantagen de q Vm sera servido dar qta ha luis dias avendo oCazião de o fazer Não Esquesendo nela 1 ũ de erva lemteigeira



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