Representação em facsímile
1680. Carta de Manuel Borges da Silva para Manuel da Silva Pereira.
Autor(es)
Manuel Borges da Silva
Destinatário(s)
Manuel da Silva Pereira
Resumo
O autor dá notícias sobre diversos acontecimentos, factos para os quais pede ao destinatário o máximo silêncio. A primeira parte da carta é dedicada à situação da casa do senhor Mendo Fóios, onde se encontra um mordomo-correeiro pouco sério.
dentro de caza Portugues, q
o
desculpa. a sala sempre esta
fechada não se abre senão
quando vem algua vezita, e
quando vem a vezita andão
buscando quem tem a chave
e não parese nenhum, e a ve
zita aguardando, e elles me
tidos todos em caza da taba
queira, porem sabendo o sor
Mendo fojos
hu dia destes o q
pasava em caza da tabaquei
ra, e me parese q hum se
afeiesou a filha q receando
se cazava com ella, mandou
q nenhum entrase la mais,
nem de caza da tabaqueira vie
sem aqui, e q se viese alguem
q lhe desem com hu pao, com
q ia não vão, menos o corrieiro
q a furtadelas vai. fora obra
boa se se lhe puderão
tirar de
caza este corrieiro isto so
sua Alteza lho podia mandar.
hum dia foi o corrieiro
comprar carne e entrou no asouge a cavalo,
o q não se acostuma ca, os
carniseiros q tal virão derãolhe hua surriada e elle apunhou a espada,
e perguntadolhe quem
era soubese q era Mordomo do sor Mendo fojos, e
o senhor Mendo fojos soube disto, e desde q o soube numca
mais o levou
no coche consigo. com o que a vista disto não se fala em outra couza
mais q no governo do sor Duarte Ribeiro,
e de Vm, e na sua modestia
todos a hua boca, crea Vm q estas dezordens desta caza tem dado
mayor credito
Vmces, q sem embargo q ficarão em bom credito