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Maarten Janssen, 2014-

Representação em facsímile

1827. Carta de Maria Águeda da Encarnação para Manuel Góis, padeiro.

ResumoA autora pede ao destinatário que não preste falsos testemunhos.
Autor(es) Maria Águeda da Encarnação
Destinatário(s) Manuel Góis            
De Portugal, Lisboa, Travessa das Salgadeiras
Para Portugal, Lisboa
Contexto

Esta carta encontra-se sublinhada, provavelmente, pelo escrivão, de «Relativo» a «emcovenientes» e «na verdade». Na margem esquerda encontramos ainda uma anotação referente à carta: «Ve Esta Carta he a Resposta q dá a Mulher do A a Mel Goes q qdo foi convidado pa jurar a verdade pela carta fl 120 pedio dez moedas emprestadas q o Autor não quiz emprestar porq não compra Juramtos».

Miguel José Francisco, porta-voz da sua mulher, Maria Águeda da Encarnação, moradores na Travessa das Salgadeiras, disse que Pedro António da Silva, padeiro e dono de uma fábrica, difamou Maria Águeda repetidas vezes, inventando "vergonhosos procedimentos" que ofenderiam a honra de tal mulher, bem como do marido. Determinou-se que, em 24 horas, Pedro António da Silva deveria assinar um termo de bem viver, e não ofender nem falar, de maneira alguma, a Maria Águeda, marido e restante família. Caso não o fizesse teria de pagar 200 mil réis para obra e ser degredado por 4 anos para África. Pedro António defendeu-se dizendo que Maria Águeda era dada a mexericos e a intrigas entre os vizinhos. Acrescentou que o marido de Maria Águeda tinha inveja dele, pelo facto de o negócio de padeiro estar a correr bem. Tudo o que dissera acerca de Maria Águeda não era mais nem menos o que ela própria dizia à janela, para a vizinhança. Maria Águeda, no entanto, afirmou que o réu chegou a ir a casa de Joaquina Rosa, amiga dela, para lhe pedir que aliciasse Maria Águeda a marcar um encontro íntimo em casa de Joaquina, servindo esta de alcoviteira. Para este fim ofereceu-lhe dinheiro, mas Joaquina recusou. A autora acusou-o ainda de ser difamada pelo réu, ao dizer que ela estava envolvida com um capataz. Consta do processo que a maioria das testemunhas confessou ter sido comprada pelo autor, coisa que o réu procurou provar ao entregar as cinco cartas inclusas no processo.

Suporte meia folha de papel dobrada, escrita na primeira face e com o sobrescrito na última.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra P, Maço 1, Número 26, Caixa 3, Caderno [1]
Fólios 222r
Socio-Historical Keywords Rita Marquilhas
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização Leonor Tavares
Modernização Rita Marquilhas
Data da transcrição2007

Page 222r

Snr Manoel Goes

Recebi o seu comtiudo a qual estimei mto por caber certeza da sua saude igualmente da sua snra

Snr Relativo o q me pedio ca falei o om meu ome elle me dice q na ocazião prezente semtia mto não no poder cervir pois ha emcovenientes mas por ico espero na sua bondade de não ficar dezegradada de tudo o q for bem relativo a minha questam de tudo o q cober na verdade nada mais pesso senão o q for verdade pois de vmce não espero o comtrario pois comto com vmce com toda a certeza

Sou de vmce veneradora

Maria Agueda da incarnação


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