Representação em facsímile
1602. Carta de Gastão de Abrunhosa para Nicolau Agostinho, secretário do Santo Ofício em Évora.
Autor(es)
Gastão de Abrunhosa
Destinatário(s)
Nicolau Agostinho
Resumo
O autor declara ao seu amigo e secretário da Inquisição que a prisão de seus primos, acusados de judaísmo, é uma injustiça. Diz que vai procurar justiça fora do país e dirige várias críticas à Inquisição e aos denunciantes da sua família.
a mesma rezão que o dito da pa não valer o dito do complice en cazo crime
perque consta en rezão dito e justisa que se não deve dar credito
a este simples dito e eu não sei que dito acharão en portugual
en diferensa de todos os mais reinos e estados a iso se me res
pondeo que en todos os mais herrão e so la asertão ao que
respondo con verdade que por iso en ninhũa outra parte
ha tantos aleives e falsidades e o que mais he ofensivo
a ds e aos homeis he que estas falsidades ha e se fazem
so capa de honrra e gloria de ds e do nome de ds
notavel cazo nen visto nen cuidado nen te ora
sabido e que espanta como ds não por os homeis
mas por honrra sua não acode con notavel milagre posto
que temos não costuma ds fazer milagre senão no que
os homeis não poden remedear e pois a rezão e experiensia
ten mostrado tantos aleives porque se lhe não pora remedio
valhame ds não se querera saber e que conste como
podia ser se esas mofinas que ahi estão herão hereges que
hera imposivel comunicalo con marqueza mendes tindeira e outra
molher do borracheiro e os mais semelhantes que as culparão
e se os offisiais en offisio não quizeren saber esta verdade
inferese que a não queren saber nen querem que os reos
lha aclarem pois lhe não dão lus de suas culpas notavel
cazo he tamben pa saber porque quando aseitarão o teste
munho dos fos de joão ribeiro porque não lião a prova da contra
dita que valeria d abrinhosa tia destes prezos pos a sua mai e pai
por po bareto seu mdo aver sido depozitario do fato do dito joão ribeiro
e sua molher e porque não avizarão disto a Lxa pa que não valese