O autor pede ajuda e compreensão à mulher pois encontra-se preso no sertão e quer reaver uma filha sua.
JEZUS M J
Minha Amada e querida spoza fasso estas duas regras pa mostras
do meu amor; e como seja a ocazião mais oportuna que pa essa
çide de lxa vay antes de liçença, e meu primo tão ingrato q
me não quis levar em sua companha e aquy me deixou nesta
captura itirnizado sem alivio algum mais ja estou inteira
do do q são parentes q mais afabillide acha hoje hua creatura
em hum homem estranho q em parentes; Ds lhe derá o paguo e
não digo mais neste capitullo mais q tão somte val quem tem
isto levando elle outro do mesmo cazo;
Amada e querida prenda dos meus olhos objecto dos meus sentidos alma vida e coração reçeby
hua vossa da qual fiz toda a estimação por ficar intimado,
logres boa saude Ds ta conceda a medida do teu dezo que não te
ra o meu coração mais q dezejar nem o meu affecto mais que
aplaudir; emqto ao mais sotaques q me dizeis, a opressão e o luguar
em que me acho me não dá luguar a resposta só sim deicho
pa a vista se vós o quizeres q se não procurares como pte ofendida
hua percatoria do tribunal pa me mandarem buscar fica serta
q me não vès mais;
Emqto a procuração bastante não pode ser
porq já vos disse que o que tinha de meu não sey o Termo q
levou porq me prenderão no sertão distante vinte sinco legoas
do meu domisillio e nesta pte me ficou hua filha a quem a
mo com todas as veras por nome Lionor Pra de Brito que hé o
unico empenho que tenho q a may já me pareçe he fallisida
e como no vosso amor me pareçe, não há de caber senão
o que no meu couber, he o motivo por que vos dou pte da
minha filha que em todo o tempo della a hey de mandar
buscar com que escrevy pa as minas alguns amigos pa ver se
me vinha algua couza e inda athe o fazer desta não veio