Representação em facsímile
1711. Carta de Manuel Mendes Cunha, homem de negócios, para o seu tio, Manuel Mendes Monforte, médico.
Autor(es)
Manuel Mendes Cunha
Destinatário(s)
Manuel Mendes Monforte
Resumo
O autor dá várias notícias ao tio, entre as quais a da morte da mãe dele, sua avó, e a de um tio, Luís Aires, e informa-o sobre questões de dinheiro, sobre os negócios de ambos, sobre comércio e esmolas que quer fazer. Pede-lhe ainda que lhe escreva sempre que algum navio partir da Bahia, pois há muito que a sua família não recebe novas dele, estando todos preocupados. Agradece-lhe o envio de vários alimentos, que afirma ter distribuído pelos familiares. Notifica-o ainda sobre as prisões, pela Inquisição, de várias pessoas de Castelo Branco. Tendo, entretanto, recebido uma carta do tio, acrescenta os seus agradecimentos pela missiva e descreve a alegria de todos pelas notícias recebidas.
Mendez ma thia e sra como tanbem aoz avizos e notissias
que a Vmce derão por cartaz sem firmas tantoz amigoz como
devo ter e ainda que bem pudera pasar na prezente ocazião
sem falar nestes particulares pareseria consentir na cu
lpa se pasase em claro sem porpor a ma rezão ainda que
Bem considero que como Vmce esta tão mal enformado
que thenho sertto o não ademetir Vmce a ma defeza maz o que
enporta he que eu obre Bem e que diguão o que diserem.
Ma Thia a Sra Cna Mendes se queixa emnadeverti
damte em dizer que eu não asestia como nesesario pa sus
tento de ma sra avoo, q Ds tem porque he tanto pello contra
rio que senpre na sua mão e na de meu Pro Duarte Roiz
parava dro meu ou pa milhor dizer de Vmce como inda
hoje para, e que ella e do meu Pro me dei conta vão em
conta que comigo ajustavão tudo o que guastava
a da defuntta ficando essa conta na sua dizposisão
e tendo eu pejo de mandar a Vmce tanta despeza lhe dise
alguma fes que paresia mto guasto não porque deix
ase de pasar bem ma avoo maz sim porque podia pa
ssar bem e guastar menos, isto tomado pela boa rezão
parese que he zellar a fazenda de Vmce e que mais se me
devia louvar que criminar. vamoz aoz panoz de que
tanbem fez queixa, em ocazions lhe dei dro adianta
do pa elles como Foi sento e tantoz mil rs que agora Fas
tres anns me vendeo de anil e cobrou, dandome dali a sin
co mezes panoz por esta conta e carreguandooz por mais
mo toztão e tres viteis emcuado de que valião em Alcais
e se senpre lhe não dei o dro adiantado foi porque o não
thinha pois não se tira com tanta faselide doz ifhei
toz que hoje vem do Brazil como a da emmaguina
pois emtende que o mesmo he vir des xaz d asu
car que virem moedas de ouro do que logo se pode
huma pessoa valler, e se eu me achara com cabedal