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1642. Carta de Cristóvão Leitão de Abreu, ouvidor-geral, para [António de Faria Machado], conselheiro do Vice-Rei da Índia.
Autor(es)
Cristóvão Leitão de Abreu
Destinatario(s)
António de Faria Machado
Resumen
O autor conta a um membro do Santo Ofício, seu amigo, que está injustamente preso. Pede-lhe que verifique como as suas razões são verdadeiras.
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Meu amigo e meu sr da minha alma e do meu coracão que
he o luguar onde
Vm verdadeiramte sempre asiste e Vivera eter
namente prezo, solto, Vivo, e morto, ausente, e prezente, e sofra
me dilatarme q
a causa o pede e obriga a tudo.
Valhame Jezu Christo q não sei o
q digo nẽ conheco o estado em
q estou q he tal que
ja não permite este istilo perdoeme Vm
qa ex abundantia cordis os loqtr
E posto q me vise no myrador
e a Vm na cadeira de S Po
me não atrevera a mudar de lingoagẽ
porq conheço
a Vm immovel aos desiguais
ballanços de furtuna
e como Ja disse a Vm furtuna nõ mutat genus. Desgracado
mofino sou e fis
provou em mi a sorte todo o Rigor assy no Reino
Como neste Clima aonde posto q me quis de hum golpe
consumir
e desfaser se enganou no tempo pois cometeo a exausão a Vm
com quem elle
nem ella tem nenhũ poder como hu
Vi e Vivi
Não faso como o juis q sei q na justisa verdade emteresa
nẽ sange nẽ amisade nẽ
o poder do mundo todo tem nenhu lugar
pa com Vm e so o tem o zelo e a integridade como em tantos
annos
se tem bem alcansado e se publica em toda a India e Portugal e não
tenha Vm isto por licenca q
mtas vezes o repeti antes deste suceso
Tambem conheco q assi como a amisade me não podera
ajuntar
da justisa sei q no primor e entendimento de Vm me não podera
fazer com q
em minha vida, e em minha honra se queira Vm mostrar
rigurozamte justificado e exemplar antes
sei mto deserto pello q sei só
Vm q com grande gosto e larga
vontade ha de precurar minha in
ocencia minha justisa minha verdade e tão sertificado e firme estou
nisto q
se vir q Vm me manda queimar ainda q verdadeiramente
eu seja inocente e não tenha culpa
tal conseito tenho de Vm de sua
justisa e de seu bom animo q me persuadirei q
justamte me condena
va
Vm e q não pode faser menos q he tudo o q posso diser
neste
particular. Não digo isto porque Vm me deve mais q este amor
e afericão nẽ porque Vm
me tenha outras obrigacois q a criacão da
Vde
Eu sou o que nella na india tenho recebido grandes
inim
A Vm devo a vida e honra e credito pois não tive outrem q me
honrasse
e favorecesse senão o sor Anto
de faria machado sou feitura de
Vm e
tanto me prezo de o ser q tenho meus males por ver q se podera
desfaser
cousa q Vm fes com tanta vontade e bemposto e lhe dey
a licão de 206.3. Manus tuae Domine fecerunt me: et die repent
Sd dies Amicus Plato sd magis amica veritas Si fuerit ueritas bene est sed nõ est ueritas ut manefeste vere ostentam quanto mais
q as palavras
de jeb são de hũ grande Santo e as de Plato de hum
gentio. Primeiro
q trate do como procedi em Seilão direi de meu
negoceo do qual não posso tratar sem meter o officio de
ouvidor gl
q Vm me deu e posto que em muitos macos de cartas q
escrevi
a Vm em os quais mandei tambem todos os q escrevi ao sr V Rei
e a
Relacão dei largamente conta de tudo como nunca tive reposta q
me tomarão as cartas todas o Pe
frei frco da fonceca permita Vm
q relate sumariamte o q
percisamte for nesesario a meu intento.
Escrevi como chegei a Ceilão e fui tambem aceito de D Phelipe
e da Cidade proximamte a cidade
escrevia a s mgde e ao sor V Rei pedindo
por m
particular encarecidamte,
me mandasẽ dilatar por 3. anos
com o mesmo selario de ouvidor gl
e com Beqa e posse do Dzbgo
e D
phel prometeo a sidade pagar
a metade
q escreverão largamte em minha abonacão a S Mgde ao
sr
V Rei e me mostrarão as cartas entre D Phlipe e os padres
Bpo
e Vgro geral.
O pro homẽ q me insitou foi o
Pe frei frco
da fonceca Vigro gl e continuou os primeiros dias com
notavel
demostracão de min afeicoado e publicou mil milhois de bens
de mi disendo q
Ds me trouxera e q nunca passara a India semelhante
sugeito grandes letras mtas
pes ffa mirabilia tambem me visitou
o Bispo frei Miguel Rangel q eodem sermone ut batr etiam me
Visitou Dom Phlipe q logo me prohibio a conversasão com o Vgro gel
relatandome delle mil infamias indignas de se escreverẽ
comtudo
fui algũs dias
contemporisando com os padres et fuit unica ruina sua. Bpo Vigro geral
qd idem est. Mas como os dias
e paxois entre elles forão cresendo
e publicandosse
Lembrandome do q Vm me
mandou tratei de
conservar e grangear a D Phelipe o q fis tão deveras q não
podia D
Phelipe estar hũa
hora sem mi e com excesos mostrava o mto que
me queria e istimava comonicandome ate os intimos
pencamtos
e publicava esta afeicão com grande ansia e o mesmo D
Anto seu
irmão pello que me foi forcado ritirarme da amisade D Bpo e do
Vigro geral que me mandarão mto bons mimos e a causa do
pro retiro Disseme q me prendeo o Bpo
como
ordinario tambem não entendo
isto.
o Bpo he ja de todo tonto e decre
pito
mto mto teimozo como fo
de hũ barqueiro q he
foi q me foi e o Bpo simul com o Vigro geral pedir
q tirasse hũs machos
a Luis de Macedo q estava no tronco genro de
Anto da mota e porq logo
logo lhos não tirei se alargarão contra D
Phelipe o q eu mal so fis
comtudo lhos mandei tirar e lhe dei sua caza por prisão por assi o
querer
D Phelipe prendeume o Vigro gl hum escrevente meu por andar
em
trajos de clerigo e traser barete tendo elle todas as menores e teve o
15 dias em lugar de lhe agradecer
o habito De tudo isto tenho mandado
treslados a
Vm ao sr V Rei
e a relacão. Achei o seu meirinho dos
clerigos mto bebado hũa noite as des horas com hũ
postolete carregado
com des pelouros e bem escorvado prendio e quebrei o postolete
e por o
Vigro geral mo pedir o mandei soltar sem o sentencear e porq o tive
6. dias no tronco fes
autos contra mi
afirmarão me q Anto da mota
deu os 2. mil veneseanos por
minha
prisão. E o Vigro geral
lhe tem maiores obrigacois q
estas
como direi e me quis mãdar publicar por
escomungado pa o que ajuntou os prelados de todas as
religiois
q não quiserão vir nisso. foi o negoceo cresendo en forma
que
elle desia de mi mil infameas elle inqueria e buscava ordẽ
de me pertubar a devaca
de
e o chegar a sentenca
a Luis de Macedo pp Anto
da
mota e Do mendes q são
suas almas e disem que
corpos e de suas molheres e Eu delle algũas pequenas
virtudes e isto
publicamte mas em respeito do q D Phelip desia
nihil. Com a presensa das 12 naos de OLanda mandou D Ph Vir
os arrais pa
a cidade nelles vierão algũs soldados q vierão comigo
na nao q foi Anto pra
de miranda frco lobo da gama. E Andree
furtado castelhano mandeiios Eu agasalhar porq elles
avião
mto mister e se me vierão meter em caza
famintos e despidos
Quis Andre furtado cazar com a fa de Bernardo cardozo home
rico e grave, e tambem quis cazar com ella
frco lobo da gama que
he sobrinho do Pe Hieronimo lobo da compa fidalgo e a quem
lhe
tenho grandes obrigacois favoreci Eu a frco lobo e o abonei
por
quem elle hera e porq ouvi dizer por causa desta que
o Andre furtado hera christão novo e que tinha fugido
de Sevilha não quis darlhe
hũa certidão que me pedio
de como hera fidalgo illustre com o que se sahio de caza
desemuladamte e se foi a ser
camarada de João de Saa q he
sobrinho de meu grande inimigo Bto de sáa o qual estava
com outro meu grande inimigo João gomes de lemos João
gomes de lemos he meu
inimigo porq achandoo hũa noite as onze horas e descobrin
doo me zancou disimulei e
despedi a gente com
q vinha e
tornei so com hũa espada e lhe
mandei puxar pella espada q
ja não hera ouvidor geral
e o mesmo
lhe fes hũ juis ordina
rio a quem eu contei isto outra noite Reinal Miguel godinho me zancou
e eu
o desatorisey hũa noite
e outra ves o mandei chamar
e o tratei mto mal de palavras
e com mta resão ficou
meu imigo
e todos juntos se
conjurarão contra my em caza de Anto da mota
fo de Anto da mota e em caza de D
Anto d almeida Dom
Anto d almeida he meu
imigo por lhe mandar pagar
o alo
alugel das casas a mtos
meses ou
q logo despejase e chamarão
a Miguel godinho touro etiam meu inimigo e com hũ Do de Sousa
cazado em S Thome etiam meu imigo. e cometeuse o negoceo
a João de saa o qual foi denunciar
ao Pe vgo geral q Andre fur
tado disera q eu o cometera ou o q elle mais quisese
referio
nos sobreditos em hũ Marcos de pino etiam de sua parselidade
Marcos de pino he meu imigo
por lhe prender e a seu
camarada
fulano gereiros e tambem me diserão que referira em hũ criado de Anto da
mota q Vinha requerer por
Luis de macedo perante my a
quem Eu tambem prendi O criado de luis de macedo me diserão agora aqui q se chama
Lucas he hũ rapazete. Isto foi o que Eu pude alcansar
Dom Phelipe soube deste negoçeo primeiro q eu
por Via
do captam mor Anto do Amaral e chamou a Andre furtado
e apertadisimamte soube
delle toda a verdade q hera não aver
tal cousa e me
mandou chamar e deu conta de tudo do que
Eu me vi mto todavia chamei o Andre furtado e perante
mtas pecoas jurou e affirmou
q João de saa lhe pedira que
jurase falso contra mi e indo pa Negumbo me mandou
hũ escrito de sua letra em q por descargo de sua consiensia
desia tudo isto e com
juramto o affirmava o qual escrito eu ad
maiorem cautellam mandei justificar perante o mesmo Andre
furtado e dous escrivais e outras muitas testemunhas.
O q digo tudo he verdade
tudo he publico notorio e manifesto
em todo Columbo o qual todo esta esperando pello grande castigo
e exemplo q esse tribunal ha de
fazer no Pe vgo geral. Isto foi publico et testis
Denis Senhor saiba Vm
q derão ao dto Pe vgo gl dous mil veneseanos que
foi o pro
dro com q me cometerão pella Nao de Meca e tambem derão
quinhentos ao escrivão d alsada e depois me cometerão com mais
mil
e se eu admitira a conversasão ouveram de dar des mil veneseanos
mas Vm me tem a culpa de eu não aceitar q meu amigo
D Ph
me disse que tomasse tudo e fisese justisa o que eu me não atrevi
nẽ atreverei nunca
porq não sei nẽ soube nunca ser traidor.
Advirto sobretudo a Vm
q não he justo q
se de credito
ao que se disser de mi depois
de minha prisão todo o povo e D Ph me tinhão por o mais limpo de maos e pello
maior letrado
q Nũca passou a India pasmavão de minha inteiresa
e de minha verdade admiravãosse de minhas
sentencas e de minhas
audiencias não quero ir por diante porq la deve Vm de ter larga
notisia e o sor
V Rei do meu admiravel procedimento posso affirmar
a Vm q não foi meu Pai mais inteiro nẽ limpo de maos
seja Ds Louvado
bem e bem desempenhei a Vm? Mas q monta nem q me aproveita
se estou
preso pello s offo com os mais crueis machos q nunca se
virão ja quasi de todo aleijado das pernas
porq mos não quer tirar
o capitão.
João cajado pellos mtos encarecimentos q o Pe
Vgro escreveo o qual
uzou comigo nesta prisão
como Vil e baixo inimigo do infimo
animo porq não perdoou a todo genero e especia de crueldade, e rigor
e
tirania a 10. de Marco me prenderão o capam da Cidade meu inimigo capl
por causa de D Ph
e me disse que me prendia por ordem especial que
Vinha de Vm e do sr inquisidor João de Barros por causas
da santa fee
pasmei e repasmei e ainda estive pasmado e Bpo me disse q elle me mandara
prender e joão alvres me disse
q por culpas do Reino o Vigario geral
me mandou meter no Aljube q he hũa enxouvia de terra e mandou
tapar
hũa genella de barro e a porta e na genella e porta pos sesenta
e quatro grades com o que ficou hũ
puro inferno e so ficou hũ buraco
por onde entrava a comida Não permitio q Eu nem pecoa algũa
estivesse
presente ao faser do inventario de meus bens tomoume todos os papeis
cartas escritos provisois devacas portarias q erão
mtos porq cada dia D Ph
me passava portarias. Andou publicando e lendo as minhas cartas
q
eu escrevi ao sr V Rei a Relacão e a s mgde e mostrando os escritos
de Dom Phel q
erão sem conto q foi o q mais este fidalgo e Eu
sintimos e q merece castigo desse tribunal Lancou fama pa
q o povo
q estava todo da minha Pe me não favoresese q eu matara em Lxa
o coleitor e
q hũ irmão meu queimarão em Lxa e q Eu ja saira com
sambenito e q meu pai fora queimado q
por culpas do Reino me
prendera q eu aprendera em salamanca e q hera feitiseiro et
similia. Pello q si posibile est e se a justisa o permite ordene Vm
q antes q Eu va
a esse Tribunal se possa saber a verdade e se faltar
hũ ponto de tudo o q aqui digo Eu quero q Vm me mandem
queimar
vivo sem me ouvirem e se for verdade como he o q digo resão e mta
justisa sera mandarme daqui donde estou
restituir ao meu officio
e bens q não sera boa resão de estado disimular com hũa turbillã
çea tão desatinada e tão notavel
escandalo e quando não possa
ser isto com esta brevidade q Eu creio q se puder ser Vm o fara
permita Vm
q nessa Cidade esteja preso em hũ dos conventos della
ate ser ouvido e mercendo ser recolhido nos caseres não foge o tempo
porq
meu snor isto se custuma hoje mto no Reino a pecoas conhesidas
q o rigor grande
dos caseres se ordenarão pa judeos daquelle tempo
todos judeos inteiros e pebleios como Vm milhor sabe.
Não
sei se me durara tanto esta triste e aborecida Vida pello q
por amor de Ds q Vm loguo a
minha custa me mande hũ patamar
Com expresa ordem q o Bpo e frei fco não tenhão poder nẽ jurisdi
cão
algũa em mi aqui ha prelados de S frco e da compa q esta
aqui
o Pe Gaspar de avilar grande Letrado da compa q he meu confesor
e
o captam q he fidalgo e mande Vm mto declarada e expecificada
a ordem com q me
hão de tratar e dar de comer e tirar estes crueis
ferros e sendo nesesario merecendoo minhas culpas hũa corrente
em hũ so pe bem basta
pa seguransa. Foi tão Cruel o Pe frei fco
q me entregou a hũ Negro seu Crioulo hũ Cachoro sem piedade
e ao
meirinho dos clerigos e ao aljubeiro q a ambos prendi antes
Ceuta
hoje 4 de
junho. 642.
Christovão Ltam de avreu
Em dinheiro me so resta
rão.
em
santomes velhos - 552.
venezeanos - 080.
patacas - 340.
prata de servico - 420.
diamantes Lavrados - 059.
hũ bom anel de di
amantes q q
vale
ra em patacois - 400
dous aneis de Rubis
outros tres aneis bons de galantes pedras
mtas peças
de linho seda
e ouro tudo comprado
por meu dro
sete escravos
vinte espingardas
bacamartes Lancas
e
zagaias
tudo isto se repartio por
todos os offeciais do
eclesiastigo e dous escravos
tras comsigo o Vgro geral
de tudo
Mandou dar vinte
santomes a hũ negro que
me trouxe em hũ parro q
he hũ
infame barquinho assi
pa frete como pa comer todo
o inverno
q são nove meses
e assy se este capitão não fora
morrera a fome tardei no
cami
nho ate aqui sincoenta dias e
em vinte e
dous me não deu nada
o negro pa comer e me deixou estar
no mar ao sol chamasse este cachoro
manel botelho a quem eu requeria
da
pte do santo officio zombava e dava risadas q não conhecia imquisidores mais q o senhor
bispo V
depois de estar preso no aljube
me foi o
Vigro e frei frco ver
e me obrigarão a que desse
tres
certidois em q dissese
q tudo o q tinha eu visto de
frei frco
hera falso e segundo
o grande aperto em q eu estava
se as não dera me ouverão de dar
garrote
porq alevantavão q
estava mto doente e q estava
doudo
e me mandarão Curar
por dous medicos estanto eu
bom.
Posso con verdade diser a
Vm q no particular da Nao de
Meca e de Luis de
macedo
hum aviso não pudera faser
Com mais verdade.
tudo esta mto claro tudo mto
declarado
e tudo mto bem ordenado.
Escreva Vm
particularmte
ao capam João cajado
de
gamboa q he bom fidalgo
e deseja ser mto de Vm
A minha custa
me acuda
Vm Com toda a brevidade
com me mandar prover
e aliviar Cada dia e todos os
dias
podem vir pacamanes
podem vir letras pa cochim
pa
fulano de pino q disem
q he riqo e elle pasallas pa
salvador botelho q
vive
aqui. Mandeme Vm dar
o dro na minha mão porq
me
roubão e não me dão
de comer nẽ hũs capatos
me querem comprar e q
tenha hũ criado
q me
sirva o Bpo me mandou
dar hũ negro e hũ pajem
pa
me servirem pello caminho
e o Vigo geral os mandou
tirar depois de estarem no
barco.
todos
os macos q remeti a Vm
forão per duas e tres vias per
ordem de D
Ph q não podião
faltar
Dom Ph obrigava sua pecoa
entrar nessa caza
Vigo geral e disem q
se custuma faser a mtas pecoas pasar
pello santo officio toda a cidade
ficaria
por mi
No caminho ate aqui q forão 50 dias me vi de
todo
desesperado da Vida porq o negro mel botelho detremi
nou matarme
e por min de Eu não morrer
hoje 4 deste Junho tive hũa carta de Vm feita em 31 de
marco e estou admirado e confuzo do estilo
della q o não
sei emtender nem Vm me responde ao q tão Largo e tantas
Vezes repeti falame
Vm em Silva q he falecido e em
joão de sepulveda estou admirado e não sei entender isto
não falte so o tempo pa mi assi como me sobeja desgraça
Dom phelipe passou portaria
pa devacar dos fanchonos e
peccado de Mãcheia do que
se temeo grandemte Anto da
mota e seu fo q são publicos
e se temeo etiam Dom Anto de
almeida e miguel godinho
não devasei pellas resois
que
darei porq o intento hera só
mte a culpar a frei frco que
soube e alcansou tudo isto
sera justo q Vm mande ir
perante sy este Andre
furtado
q se vai agora
meter padre da compa
a Cochim e disse publica
mte q o vgo gl
gl o quis fazer
dizer falso contra mi
João alvres bretão captam
da Cidade he meu imigo capl
por eu fazer hũ auto contra
elle de desobediente por não
querer vir a minha caza mã
dando chamar pa
ajunto
depois de ter Vindo mtas veses
só a fim de dilatar a sen
tenca de Luis de macedo
e indo
a caza da camara
acentousse no milhor lugar
mandeiio Levantar e esteve
quasi perdido mas alevã
tousse fis tambem auto
delle q por sua culpa
se
perdera Galé e
consta isto
e o quis D phelipe.
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