Senhor
O Amor q todos os Portuguezes consagrão a Pessoa Au
gusta de
Va Mde sendo igual ao convencimto
q tem esta he
roica e leal Nação, das benignas intenções de
Va Mde n'es
te momento os fiéis
Vassalos de Va Mde com indizivel jubilo
veem
em publico documto que prova de novamte a
incom
paravel Magnanimidade con q o Paternal coração de
Va
Mde se compraz a perdoar aquella porção d' infelises
q
presos por opiniões politicas, gémem em ferros ha pro
longados tempos.
É de crer, Senhor,
que esta ordem salutar demana
da do Tróno, tendente a pôr em termo as tantas an
gustias que
soffrem inumeraveis familias desgraçadas, não
fosse privativa pa a cidade do Porto,
mas sim uma medida
de bem geral que não só comprihenda aquellas
pessoas
designadas no mencionado
Decreto de 5 de Junho proximo
passado, mas que se estenda a todos os presos
por opiniões politicas, cujo tempo de prisão exceda
a um mez,
segundo se acha expressamte mencionado
no texto do adjunto Avizo
de Va Mde
Portanto Senhor, havendo
eu
feito constamtemte
pattente ale
vosia de meu
pérfido denunciante, suas calumniosas accusações
visto não haver elle
produzido nem uma só testemunha ou outra
qualquer próva
legal; recordando
os publicos serviços que hei ren
dido, qdo necessarios forão, á causa
da Patria e da Realeza, inti
mamte unidas, emfim a grande distancia
que medeia
entre um Réo ja sentenciado por seus crimes
e um
homem
accusado mas não
culpado nem
sentenciado, pois
tal é o cazo em que me acho:
Pesso a Va Mde Senhor se digne lançar suas Regias
e piedósas
vistas, sobre tantos e tão continuados enfortunios
que
pezão sobre uma desventuróza familia
percipitada
nos abismos das desgraças, pela
malevolencia de um
falsario accusador;
fazendo , cessar
tantos males e tormen
tos que nos humelião e afligem; pois só Va Mde como
Rei, Senhor
e Pai de seus povos, póde ter a satisfação,
de consolar
ao inocente e tornar o desgraçado felis, e ren
der a liberdade a um preso; graça
q peço a Va Mde
supplicando me seja concedido gozar
do
Regio Indulto, que Va Mde por sua alta clemencia,
foi ser
vido mandar publicar
E R M