Mto illustres snores inqsidores
Disse eu contra mỹ, nemine nihiloq cogente, nessa santa mesa, o q na vdade minha
memoria me representou, in delictis juventutis, E
de mais cõplices dissera, E denun-
ciara, se me mais lẽbrara, mas dos dous q nomeei, me lẽbra q o frco
yo, me pareçe q nunqua
ao menos por meu vaso, o quis dandolhe eu
copia, nẽ q eu no seu entrasse, ao menos, de-
pois q nẽ mais foe entendendo, E sẽpre mto de má mente se
chegou a isso, o q por vdade
assi declaro inda q nos nã fallamos, E trazemos demandas
ante o cor, pante quẽ o çitei
pa contas e ultimas vbas de meu testo ẽ q ando, E elle ay me
reconviu, E depois de
haver de mỹ mais de dozentos mil rs afora o offo me é ingratissimo, E envejoso doutros,
mas o
Anto anriquez q té góra sempre a esta casa veo a comer E beber, e nõ tẽ já
comigo demanda: denunçio, E se posso, acuso quo mto reu q dito tenho, E quo de
um judas, E de um ante xo
sẽ conçia, tanta deffrca vae deste a essoutro e mor, q do
inferno ao firmamẽto,
Quanto a mỹ: hómẽ, q
tã sýnçeramte me ay cofessei, E denunçiei, vir Estar preso,
me maravilho, E mto arrependo nõ ter antes fta
essa denunçiação ẽ o secular,
onde os q denunçiã, ou cõpliçes descobrẽ, hã liberrimo pdão E ainda outras gajas,
E mais q dezenove anos há me chamando sẽprer per aquy derrador té avro pa seus
sermões E festas todas, sto hora tãbẽ d avro ẽprazado pa dia de nossa sna do Ô,
E pa dia de Sã Thomé, E
na 4a fra q no mo fica, pa as exequias de ge moniz da
Syllua ay e Santo anto, vizinho E amiçissimo q foe meu, E hirmão na confraria
dos clerigos
de Sã po e Segadaes, os quaes lá se juntã todos a dita 4a fra, onde cuido q
me deitarão a missa
do pontifical, cantda, E farão prégar ainda esse dia, ca tantas
fras per qua representa homẽ ás vezes, E se tãbẽ me for
neçessario ir a essa
çidade nã sei se sã estas cousas ẽ os longes,
tãbẽ me ficou ao proposito por lẽbrar
nessa mesa, um grandissimo segredo
açerca de um natural fo meu, q no ano de 58, houve ẽ yana lopez casada ẽtã,
q ẽ casa de seu pae meu onde me eu mety chegando da corte, morava E ser-
via cõ seu mdo rodrigu eanes, o qual
fo mandei eu há 18 ãnos trazer pa esta
egreja, de idade hia ẽ sete anos, E o criei ao cabo de minha mesa ẽ pee comendo,
E na cama tpo algũ daquella mininiçe, d onde naçeo toda zizania de envejas
ẽ os outros criados, q tãbẽ póde ser
q p suas vsas julgando, nã qualis unus
quisqe est, s, cuidariã outra cousa, por ser tã secreto o negio de
fo, q nẽ p
presunção, por respeito de minha pa E doutrina, cuido se cuidava, E mais q
eu
por mais encubrir o bautizei na pia de minha egreja da cella, E nesta
teve a crisma, e nã sei se diga
q cõ o mais fora antes isso, q o adulterio, E
fo ẽ casa alhea, bẽ q d y nada o deixei herdar, E
quo de dous, assi desse
E de doze nessa mesa dissera, antes q obrigação de tal fora de mỹ dizer,
a esse, trouxe a
cavallo sẽpre e cõ armas E quo a fo tratei, E lhe dotei este
assento ẽ q vivo, o q
finalmte dobrou as envejas, E fez mtas tẽpestdes
porq tinhã os dous adibes mto
olho a isto, mor mta cousa outra nã havendo
pa frco yo tirar por sua tença q por
um alvra mentẽ,
este fo se diz mael do couto, o qual segredo ponho ẽ os dessa santa mesa
E christianissimos peitos
de vas mes forçado hera o descobrir porq quiça
ou por maliçia E enveja, ou por o assi cuidarẽ, podem algũ ao
menos
dos dous pessimos criados, outra cousa ay dizer, q por o juramẽto santo
q nessa mesa tomei, nõ é, mas
fo quo disse crido somte ser criado,
esta lida, logo por charide se rõpa, E lhes lẽbro,
quo a prudentissimos E
beninissimos paes, q bullindose cousa algũa cõtra algũ daquelles dous cõ-
pliçes: por hõra
de ds, sejã o mais secretamte q for possivel, E antes
a menos q a mais respeitadas ignorantes
moçidades, por a santa clemençia
de vas mes, cujas vidas E stados cõ mto grandes prelazias, aumente o
snor,
ẽ os mtos scritos meus, q nessa çidade entrado ja mto ẽprimir queria: achei
esse
melanconico bisalho, q se lerẽ por desenfado seja, e nã quo seu vao
demanda,
desta mesa de bouga
pro de dezẽbro de 1584 ãnos
capellão E orador indignissimo
ge mra