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Maarten Janssen, 2014-

PSCR3390

1625. Carta de António Vaz Franco, beneficiado na igreja de São Miguel em Torres Vedras, para um destinatário não identificado, provavelmente oficial do Santo Ofício.

ResumoO autor queixa-se de acusações que lhe foram feitas e pede a clarificação das mesmas.
Autor(es) António Vaz Franco
Destinatário(s) Anónimo561            
De Portugal, Torres Vedras
Para Portugal, Lisboa
Contexto

Dentro do fundo do Tribunal do Santo Ofício existem as coleções de Cadernos do Promotor das inquisições de Lisboa, Évora e Coimbra. O seu âmbito é principalmente o da recolha de acusações de heresia. A partir de tais acusações, o promotor do Santo Ofício decidia proceder ou não a mais diligências, no sentido de mover processos a alguns dos acusados. Denúncias, confissões, cartas de comissários e familiares e instrução de processos são algumas das tipologias documentais que se podem encontrar nestes Cadernos. Quanto ao crime nefando e à solicitação, são culpas que não estão normalmente referidas nestes livros.

Apontamento processual no cabeçalho do fólio indica que o autor da carta é António Vaz Franco e que esta serviu contra Manuel do Rego de Magalhães, de Torres Vedras. Sobre Manuel do Rego de Magalhães veja-se:

Bibliografia:

João de Figueroa Rego, "As nobrezas secundogénitas no império ultramarino português.Um estudo de caso (sécs. XVI e XVII)", História y Geneologia Nº2, 2012, pp.75-109.

Suporte meia folha de papel escrita no rosto.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Livro 208, 7º Caderno do Promotor
Fólios 573r
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2318033
Transcrição Tiago Machado de Castro
Revisão principal Raïssa Gillier
Contextualização Tiago Machado de Castro
Modernização Raïssa Gillier
Anotação POS Raïssa Gillier
Data da transcrição2017

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[fig1]

Como portador desta estimarei ter boas novas da saude de Vm para que sendo a midida dos meus dezejos as saiba festejar como tenho de obrigação. Os beneficiados da igreja de são Miguel desta villa, onde eu sou beneficiado são obrigados a curar a igreja, ou por cura, porẽ he o premio tão pequeno que de ordinario servẽ os beneficiados E a mim me coube em sorte servir este anno E eu aceitei por çertos respeitos, como o portador dira, E fazendo meu officio conforme a minha obrigação, e o perlado nos encomenda, que hem as estaçois doutrinaremos os fregezes, insinãdolhes o que inporta as suas consiensias, he Manuel do Rego de Magalhãis escudeiro desta villa em odio meu tem ditto nesta villa a algũas pessoas que sua mulher me fora ouvir alguas estações e que nellas tinha ditto treze ou catorze erezias, a qual he cristã nova, e nẽ ella nẽ elle são meus freguezes tenho sentido isto quanto devo porque não somente nesta villa senão pello termo tẽ soado esta nodoa e infamia que sei e pos, estimara muito sendo cazo que possa ser, fazerme Vm dar ordem a que se chame a essa mesa, e lhes fação perguntas que erezias são as que eu disse, porque se as são quero me disdizer dellas no mesmo lugar onde as fallei, porque allem de christão, como official e ministro dessa caza tenho obrigação andar mui apurado nas coizas da feé, Vm me faça merçe dar audiensia ao portador que de tudo dara larga informação, e quem por acazo emvia que se castigue, e a mim mamdarme em as cousas do seu serviço que cima vontade que devo, Nosso senhor a saude de Vm e o estado como pode augmente torres vedras e junho de 625

Capellão de Vm Antonio Vas Franco

Legenda:

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