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Maarten Janssen, 2014-

PSCR0441

1623. Carta de Jerónima [dos Anjos], freira, para a sua irmã, Catarina de Paiva.

Autor(es)

Jerónima dos Anjos      

Destinatario(s)

Catarina de Paiva                        

Resumen

A autora dá notícia à irmã, que trata por mãe, de que ela e uma outra irmã estão vivas, embora queixosas devido ao infortúnio da sua família.
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A sra Cna de paiva minha mai guarde des Lxa

Mai das minhas emtranhas não sei o q digua a Vm estas reguas faso pa saber q ainda são estas duas vivas e pa saber se o esta Vm q comforme o trabalho e dor não dovido q seja morta, o mai minha q foi isto donde veio tal couza que nos cortou nosa onra e fama q he isto assi e o ouvë meus ouvidos e não acabo, o mofina sem par o atrevesada mai o mais q mofinas filhas pois no cabo de suas vidas tal desvëtura q aja ë nosa jeracam couza q a noso des e sro ofendese e não me mato este sro me tenha de sua mão, que da onra da caza de nosa mai e pai com q viverão sempre te o radadeiro parëte naceo esta pa isto chaguas de meu snor me valhão, eu estou e esta triste irmão ë penas com tão grave paixam e vermonos com hüa cutilada no rosto pa sempre dos sempres quë nos enguanou esta së vëtura, ai mai minha q me vejo sem onra, e cudando o müdo q Vms e nos somos otras tais q não ha fogir a quë fala, que mas meu sro e criador conhese quë eu sou e Vms aquelas mofinas daquele musteiro nos ëguanarão esta vëtura, não sei o q digua a Vm por onde comese, vejo cazo tão afrontozo, nele não ha q esperar se não nas chaguas de noso sro q ele nos ha de restuir nosas onras e mostar ao müdo q aquelas malvadas nos fizerão o mal ëguanando a sem vëtura o triste mosa nüqua tu naseras estiveste pa morer milhor acabaras antão ou eu por não me ver tão desonrada e a minhas irmãs afonso craveiro lho temos pa nosa cõselasão ele nola da com saber de nos mas estes ouvidos ouve couzas q não sei como esta vida não fin pa mor de noso sro q veja eu hüa regua da mão de Vm pa emtre tãoto tromëto ter alguma comsolasam não diguo mais nesta porq não tenho animo pa nada as lagrimas me dão luguar, as chaguas de meu sro nos valham e secorão ele me guarde a Vm como pode,

oje bespora de pascoela filha jeronina Sem vëtura

Leyenda:

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