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Maarten Janssen, 2014-

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1785. Carta não autógrafa de Rosa Maria para o seu marido, Luís António Viana, marinho.

ResumoA autora pede ao marido, emigrado no Brasil, que volte para Viana e a ajude a criar a filha.
Autor(es) Rosa Maria
Destinatário(s) Luís António Viana            
De Portugal, Viana
Para
Contexto

Luís António Viana estava emigrado no Brasil havia treze anos quando a sua mulher, em Portugal, lhe escreveu duas cartas a pedir que regressasse para a ajudar com as despesas e com o sustento da filha. Contudo, as cartas não chegarem à mão do marido, mas a um seu homónimo (Luís dos Santos Viana), comissário e familiar do Santo Ofício. Mal recebeu as cartas, vendo denunciada pela autora das mesmas a falta de notícias durante os treze anos de ausência, estranhou o caso e entregou-o à Inquisição, para que se averiguassem as condições da vida de Luís António Viana no Brasil. Feitas as devidas diligências, verificou-se que aquele estaria casado com Ana Francisca, havendo várias testemunhas que sabiam, desde os tempos em que ainda não tinha emigrado, que o réu tinha casado antes em Portugal.

Algum tempo depois de ter chegado ao Brasil, quis casar em Cabo Frio, mas os seus patrícios colocaram-lhe alguns entraves por ter essas intenções e acabou por não casar. Passados sete meses, casou no Rio de Janeiro, indo depois morar para uma praia chamada D. Manuel.

O portador destas cartas foi José Luís de Azevedo (solteiro, 25 anos, natural de Viana do Castelo, que vivia da pesca). Ao chegar com uma corveta a Viana do Castelo, a caminho de Cabo Frio, no Brasil, onde vivia, apareceu-lhe Rosa Maria pedindo que entregasse as cartas ao marido. A mulher do réu soube da existência de José Luís de Azevedo por intermédio do seu pai, Félix Salgueiro, que também se dedicava à pesca e que o havia conhecido no dia anterior. O portador não queria levar as cartas porque levaria muito tempo a encontrar o destinatário, mas acabou por aceder ao pedido. Ao chegar a Cabo Frio, ficou doente, sendo internado no Hospital da Misericórdia. Aí encontrou um patrício que lhe perguntou se sabia se a mulher de Luís António Viana estava viva, porque conhecia o cunhado da segunda mulher do réu. Ao sair do hospital, foi ter com José Luís, o tal cunhado da segunda mulher e, levando-o para casa, ele confirmou que o réu era casado em Viana e que a primeira mulher estava viva. O réu, nessa altura, estava fora a trabalhar, com um contrato das baleias.

O processo inquisitorial está incompleto, não tendo chegado até nós a sentença ou qualquer outro dado processual.

Suporte meia folha de papel escrita no rosto.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 4060
Fólios 12r
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2304033
Transcrição Mariana Gomes
Revisão principal Catarina Carvalheiro
Contextualização Mariana Gomes
Modernização Catarina Carvalheiro
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2014

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