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Maarten Janssen, 2014-
Resumo | O autor dirige-se a Duarte Rodrigues dizendo que a sua tia, Joana de Sousa, juntamente com as filhas e o genro, pretende fugir do país e pedindo que lhe escreva uma carta a convidá-la para o ir visitar a Sevilha, para que esta sirva de prova caso sejam apanhados. |
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Autor(es) | Anónimo495 |
Destinatário(s) | Duarte Rodrigues |
De | Portugal, Lisboa |
Para | Espanha, Sevilha |
Contexto | A ré deste processo é Joana de Sousa, cristã-velha presa a 8 de dezembro de 1618 por judaísmo. Miguel de Sousa Santiago, casado com uma sobrinha de Joana de Sousa, Joana de Vitória, assistiu, numa noite em que se encontrava na casa da ré, a uma conversa entre as primas da sua mulher que o fez suspeitar que estas eram judias. No dia seguinte, quando foi falar sobre o que ouvira com o sogro, João de Vitória, com quem não estava em bons termos por não lhe ter pago o dote, este disse-lhe que não contasse nada à Inquisição, pois, se o fizesse, seriam todos perseguidos. No entanto, Miguel de Sousa Santiago foi convencido pelos seus confessores a acusar a família, o que ocorreu em 1616. Em Novembro de 1618, Miguel de Sousa Santiago avisou a Inquisição de que Joana de Sousa ia fugir para Sevilha, onde tinha família, e daí para fora do reino, acompanhada das suas filhas, Jerónima e Maria de Sousa, e do seu genro e sobrinho, Miguel Soares, casado com a última. A viagem estava toda a ser preparada, tendo Miguel Soares vendido casas e roupas para angariar dinheiro, e eles contavam com a ajuda do irmão e da cunhada de Joana de Sousa, João de Vitória e Filipa Ribeiro. No entanto, não pretendiam ir para Sevilha, mas apenas usar essa deslocação como desculpa para fugirem do Reino. Para esconderem o facto de que iam fugir, um sobrinho de Joana de Sousa (não se sabe qual pois a carta não está assinada e ela tinha pelo menos dois, Miguel Soares e Matias de Vitória) escreveu a um familiar seu, Duarte Rodrigues, pedindo que enviasse a Joana de Sousa uma carta a convidá-la a visitá-lo em Sevilha que devia servir como prova de que eles não estavam a fugir, caso fossem apanhados por algum espião (PSCR1341). Juntamente com essa carta, enviou o texto que Duarte Rodrigues devia escrever (PSCR1342). A mãe de Miguel Soares, irmã de Joana de Sousa, também deveria partir mais tarde, com a sua outra filha, chamada, igualmente, Joana de Sousa. A denúncia de Miguel de Sousa Santiago resultou na prisão, em inícios de dezembro, de Jerónima e Joana de Sousa, e de Maria e Joana de Sousa, irmã e sobrinha da ré. Estes dois rascunhos foram encontrados aquando da sua prisão. Maria de Sousa, filha da ré, e Miguel Soares só foram presos em dezembro do ano seguinte, pois fugiram para Itália. Miguel de Sousa Santiago, Joana de Vitória, João de Vitória (PSCR1339) e Filipa Ribeiro também foram presos, em 1620, assim como Rui Fernandes de Castanheda (PSCR1331-1339), filho da ré, que estava em maus termos com a restante família, assim como vários outros primos de Joana de Sousa. Tem acrescentado no topo "A 10 de Dezembro deu Manuel Fernandes familiar estas cartas em mesa que as achou quando prendeu a Joana de Sousa e sua filha" e ao pé da 15ª linha "Joana de Sousa com filhas e genro se vão fora do Reino". |
Suporte | uma folha de papel escrita numa das faces |
Arquivo | Arquivo Nacional da Torre do Tombo |
Repository | Tribunal do Santo Ofício |
Fundo | Inquisição de Lisboa |
Cota arquivística | Processo 2743 |
Fólios | 28r |
Online Facsimile | http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2302674 |
Transcrição | Maria Teresa Oliveira |
Contextualização | Maria Teresa Oliveira |
Modernização | Clara Pinto |
Data da transcrição | 2016 |
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