O autor manifesta o seu apoio ao tio relativamente à condenação dos padres que assassinaram o seu primo.
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Meu estimado Thio
Lisboa outo de Agosto de mil
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[2] | outocentos, e vinte, e hum De minha caza me par
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[3] | ticipão este correio que Vocemece anda muito aflicto, com
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[4] | as amiaças, que lhe fazem os Padres, de que hão de ser se
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[5] | nhores do que hé seu; porque Vocemece alem de perder
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[6] | o filho, que elles lhe matarão, ha de ficar sem o que
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[7] | tem; porque ha de ser condemnado. Meu Thio
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[8] | não se afelija, o tempo da Arbetrariadade ja não existe
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[9] | que importa, que elles provassem, o que quizerão, se as
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[10] | ttestemunhas da terra (são as que devem decedir por
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[11] | que se tracta de hum facto acontecido ali) Ousção
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[12] | as femias delles, ou criados casados com as mesmas
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[13] | femias delles, e as de fora não o sabem de facto, que
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[14] | são taes quaes o Mundo conhece. Não se asuste, pro
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[15] | duza Vocemece testemunhas de carater, contraditan
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[16] | do as ttestemunhas delles, com ttestemunhas das mes
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[17] | mas terras, e deixe dizellas, que os Ministros, e Escrivans
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[18] | da Meza de Coimbra os trazem fichados na algibeira.
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[19] | Devo afirmar-lhe, se lhe não fizerem justiça o Sobe
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[20] | rano Congresso, está como todo Mundo sabe, com
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[21] | o braço alçado, sobre a preponderancia, e injustiça.
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[22] | Ficão em meu poder os Despachos, que o Vigario
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[23] | Geral de Coimbra lhe tem dado, os quaes me forão
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[24] | transmitidos pella minha familia, asim como são
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[25] | as coppias, se fossem os Orginais, elles avião de ser pre
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[26] | zentados ao Soberano Congresso. Hé na verdade
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[27] | athe onde pode chegar a maldade de hum Mi
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[28] | nistro, dizendo ser paixão em Vocemece, como
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