O autor descreve o que passou quando esteve preso pela Inquisição, lamentando que se dê crédito a confissões voluntárias e pedindo ajuda para se livrar de penitências em Portugal.
[1] | q nehua Lembranca me ficou daquelle acto por ser
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[2] | tal e tão medonho e rigurozo que priva a huma
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[3] | pessoa de seus sentidos: mas na q asento he q
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[4] | nehuã pecoa de negosio tenha sossobra de mi
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[5] | porq a nehuã offendi, sendo assi q computada
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[6] | a gente q refiro em q pus a boca foi muita
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Duas irmãs mas q estiverão la somte mes e meio
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[8] | tenho por sem duvida q porião a boca em outras pecoas
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[9] | mas eu assi veja meu Pai com estes tristes olhos q
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[10] | dellas não tenho sabido couza alguma. e assim, digo V P
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[11] | que quem presumir de mi alguma couza me pon-
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[12] | ha as contraditas a mi e a ellas q lhe pareser ser
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[13] | q tudo o q ha tenho aqui relatado, e se in spesie
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[14] | me alembrara alguem o dicera.
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quanto a dizerme V P q la ha hũ rol, e q eu
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[16] | dicera mtas couzas a amigos e q dera liberdade
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[17] | pa se dizerem he falso, e mintirozo, e não pode aver
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[18] | tal no mundo porq o q ouve foi dizer por
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[19] | maior e geralmte que dera muitas pecoas e
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[20] | isto eu mesmo o digo aqui, mas q as speci
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[21] | ficara nem ha tal nem he prezumivel, porq
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[22] | eu temo e venero aquelles senhores, e eu so em
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[23] | suas auzensias nasi pa acreditar a pureza, a ver
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[24] | dade e a santidade daquelle santo tribunal
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[25] | quada hum se fas assi o mal, porq aquelles sen
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[26] | hores julgão pella verdade dos autos E
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[27] | procedem com extremos de mizericordia, E
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[28] | bigninidade, se bem he verdade q como Ds
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[29] | nosso sr lhes deu tanto talento, e o arbitrio
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[30] | de menistros tão doutos e graves e illustres, he
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[31] | tão largo pa regular o credito dos testi
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[32] | munhos
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