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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1636. Cópia de carta de Luís de Melo, advogado da Relação e da Casa da Suplicação de Lisboa, para Álvaro Pires Pacheco, padre.

Autor(es) Luís de Melo      
Destinatário(s) Álvaro Pires Pacheco      
In English

Copy of private letter from Luís de Melo, lawyer, to Álvaro Pires Pacheco, priest.

The author explains and reaffirms the idea of his belief in the catholic faith.

The defendant in this process is Luís de Melo, a 39 years old New-Christian, graduated in law from the University of Coimbra and a lawyer in a Lisbon court. Married to Isabel Loba, with whom he had two children, the defendant was the son of Álvaro Mendes (who lived from his farm) and Inês Fernandes, and and was arrested on May 19, 1637, charged with perjury and breach of the prison that he had been sentenced to before. In the process nº2982 of the Inquisition of Lisbon, the defendant had been considered guilty of Judaism. However, after being convicted he received a general pardon and was reconciled, thus getting rid of his sentence. The second process about him was due to the fact that, after that general pardon, he again declared that he believed in the law of Moses and that it was good, and practiced all Jewish rituals, declaring himself a Jew and claiming to have feigned repentance because he had been coerced by the Inquisition. Furthermore, the defendant infringed the prison who had been sentenced to him, leaving the city and going to Seville. The letters written by him were sent by Simon Peres (owner of the house in Seville where the defendant lived) and then delivered by Álvaro Pires Pacheco (a religious man in the Company of Jesus) to Martim Afonso Ferreira (lawyer), so that he would take them to table of the Inquisition. In an auto-da-fe on October 11, 1637, the defendant was sentenced to be publicly whipped, prison and to row in the galleys for ten years, among other punishments.

If there is no translation for the letter itself, you may copy the text (while using the view 'Standardization') and paste it to an automatic translator of your choice.

Page 16r > 25v

[1]

Poucos dias despois de aver chegado a esta cidade mais obrigado da

[2]
conciensia que me estimulava a não fazer demorar na auzensia de
[3]
prendas tão precizas como são as q por mi puxava qdo q fugido a obedi-
[4]
ensia que inda hoje reconheço me mostrou o sr Simão Soares
[5]
Peres huã carta de V P em cuja materia sinto igualmte
[6]
prezunsão q nesse Lugar de mi se tem como a enfamia a que
[7]
meus peccados me chegarão so delles me quexo e so a meos
[8]
excessos e a liberdade com q vevia ponho a culpa della; e
[9]
como a nosso sor se não pode encubrir pensamto humano, E
[10]
esse mesmo ensina q pellas accois e obras de quada hum
[11]
se pode conhecer a pureza de sua fee serveme de conso
[12]
lasão nas angustias em q inda hoje agonizo, ter por certo
[13]
que quem me comunicou e criou desde ma Infansia, sabe
[14]
ra conhecer, q meus males sossobrarão meu sprito, mais
[15]
por providensia devina, q por obrigasão de dividas mas
[16]
tive, tenho, e terei sempre o spirito tão qualificado na fee
[17]
catholica q sempre professei e professo, q todos os ma-
[18]
les do Mundo me não poderão devirtir hum so menuto
[19]
della ainda q a humanidade fizesse seu officio; e assi
[20]
pode V P estar certo que se as agonias d alma forão ma-
[21]
iores q minha prezunsão, e confiança não excedi em
[22]
minhas fraquezas os termos q outros costumão, por
[23]
que quando não pude rezistir a confuzão em q
[24]
ainda hoje estou ném pude vencer a ignoransia
[25]
que ate o prezente tenho (do q tomo a Ds por
[26]
testimunha) achei q era mais conveniensia aver-
[27]
me peccador con Ds e com os meus, do q obriga
[28]
do com os estranhos. Isto tenha V P por

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