António Fernandes da Mata manda notícias por intermédio do primo Tomás Ribeiro. Escreve sobre a família, comenta o entusiasmo na recepção das encomendas que chegaram, fala sobre o percurso de quem almeja enveredar pela carreira eclesiástica e alude ao poder temporal dos jesuítas sobre os ameríndios.
[1] | Veya ma sobrinha, q pouco gozou do mundo E es
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[2] | tado, E a paga q lhe deu, E agora as boas novas, q lhe dou
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[3] | pois não pode ser menos; João Vte se cazou poucos
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[4] | mezes ha cõ hũa Viuva honrada na mesma ilha
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[5] | grde aonde esta O irmão dizendo era viuvo sẽ vergo
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[6] | nha de q estava eu aqui tão perto, Levei logo as cartas
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[7] | ao Vigro geral minhas, E as q mandava, pa o irmão
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[8] | E elle ficou o Vigro suspenso, E disse q elle faria jus
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[9] | tiça entendo o mandava vir prezo, se ouver lugar Ei
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[10] | de fazer mto por hir nesta frota. Veya q alma ja qdo
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[11] | eu aqui o tive estava co demo no corpo porq disse
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[12] | q lhe parecia, q sua molher era morta aprendão
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[13] | as demais, E q o mais serto he, virẽ a ter estes gostos
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Primas ja q me custa meu trabalho, E cõ do
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[15] | res, quero meter tambẽ minha colherada
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[16] | Nas de meu primo, o anno passado, mandei dizer o qto sinti
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[17] | ra q minhas couzas sendo de Vms tambẽ, lhes fossẽ de
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[18] | tanto agravo, como eu ha 25 annos ando por estas ptes
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[19] | pouco exemplo podião tomar de mĩ, pa q tivece eu al
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[20] | gũa culpa, mas como eu fui en mocidade tão mal
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[21] | inclinado imitarião meus feitos pello sangue. So
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[22] | lhes digo, q o q ha de sser tẽ mta forsa, E tudo Deos fas,
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[23] | pa nosso bem, q bem dizẽ não merecia elle o q Deixou
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[24] | Deos lhe dara o paguo, E eu lhe mandei dizer o q merecia
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[25] | ao q me não deferio, mais q aguardava por mĩ, grdes erão
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[26] | meus dezejos de hir en compa do lima por ser amigo, E
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[27] | me parece não tornara ao mar mas meterme no mar
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[28] | cõ dores, E alem disso outras couzas q se meterão en me
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[29] | yo não avia Lugar Veyo tambẽ q estou aonde me deze
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[30] | jão agradar, E ninguem me da huma pequena molestia
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[31] | E la, não sei o q sera. Vendo q entre irmãs ha tantos
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[32] | impropios se lhe mereço algũa couza, en suas ora
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[33] | ssois pessão a Deos, E aos mais stos da nossa terrin
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[34] | ha me suceda nesta escolha o milhor pa minha
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[35] | salvassão, E se não for o anno q Vem, eu lhe man
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[36] | darei hũ bugio pa o ensinarẽ a bailar; á Velha mando hũ abrasso por ser ja Velha, E a Vms cada hũa
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[37] | tres.
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[38] | De seu Primo Thomas Ribro Minhas sobrinhas, ainda q tenho estas duas pontadas, q curar hũa minha
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[39] | filha Ma da fonseca mais Velha, q ja não tẽ esperansas de ver seu marido, E ja tomara sendo Deos servido, q la aonde es
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[40] | ta o levara pa ssi, pa a tornar a emparar, E hũa filha ma netta q tera doze annos não ei de deixar, de acu
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dir ao q devo , não como dezejo, mas
como poder, E dezempenhandome Deos, milhor, fação o q devẽ ao sangue
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[42] | não dando ocazião a q digão, senão mtas Virtudes suas e recolhimto não dando lugar a ociozidade donde
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[43] | procedẽ todos os males. E en seus trabalhos lhe acudira Deos cõmo pai q aos mais tristes bichinhos da ter
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[44] | ra acode qto mais aos q E por quẽ deu seu preciozo sangue E vida o mesmo snor as gde etc
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[45] | de seu tio do Corassão Anto ferz da mata
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